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7 a cada 10 médicos no Brasil já apresentaram sinais de depressão

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Estudo realizado pelo Research Center, núcleo de pesquisa da Afya mostra que 69,4% dos médicos do País já apresentaram sinais de depressão durante a vida. E para metade dos entrevistados a condição ainda é uma realidade: 26,8% têm um diagnóstico atual e 23,4% manifestam sintomas, mas não fazem acompanhamento. Falta de tempo e motivação, além do medo do impacto na rotina de atuação profissional, são os principais motivos para não buscarem ajuda ou tratamento para esta doença psiquiátrica crônica e recorrente, que causa alteração no humor, com sentimentos de tristeza profunda e angústia. O estudo também avaliou que para 34% daqueles que têm um diagnóstico atual de depressão, a patologia surgiu no último ano, o que reforça o impacto da pandemia da Covid-19 na saúde mental dos profissionais.

A pesquisa “Saúde Mental do Médico 2022” revelou que a ansiedade é ainda mais prevalente, pois 79,6% apresentaram sintomas do transtorno. Destes, 35,6% possuem um diagnóstico atual da patologia e, para 32,4% dos diagnósticos fechados, a doença surgiu no último ano. Outro cenário preocupante é a Síndrome de Burnout, caracterizada pelo esgotamento físico e mental intenso. Dos entrevistados, 62% já apresentaram sinais e, destes, 36% ainda não buscaram ajuda. Além disso, 67% dos diagnosticados indicam que a síndrome surgiu no último ano, mostrando um possível reflexo da pandemia também. Excesso de horas trabalhadas, organização financeira e falta de realização profissional aparecem como os principais contribuintes.

O nível de estresse ocupacional dos médicos brasileiros calculado na pesquisa também é alarmante, ao ficar acima de outras populações do mundo. Para avaliar o contexto, foi utilizada a escala EPS-10, validada em língua portuguesa, que consiste em 10 perguntas de frequência de episódios de estresse. A pontuação média obtida na amostra foi de 23,4. Nos Países Baixos, por exemplo, foi encontrada uma percepção de estresse pela escala com média de escore de 17,9 entre os médicos, em 2018¹. Na Arábia Saudita, entre 303 médicos avaliados, a média de pontuação pela escala foi de 18,07 (+/- 5,1), em 2017². Quando perguntados sobre os principais motivos do estresse atual, o descontentamento com o sistema de saúde, condições de trabalho e a elevada demanda foram indicados por mais de 50% dos entrevistados.

“A saúde mental do médico foi tema recorrente nos últimos dois anos, especialmente por conta da pandemia. Há ainda um reflexo deste período e, atualmente, já com a situação mais branda da Covid-19, os dados desta pesquisa mostram que essa deve ser uma preocupação constante e não apenas pontual. Trata-se de um imenso problema ocupacional há muito negligenciado e que precisa ser visto como prioridade por todos nós”, afirma Eduardo Moura, médico, co-fundador da PEBMED e diretor de pesquisa do Research Center.

Além disso, a pesquisa também aponta a relevância do apoio do empregador nos episódios de adoecimento mental. Aproximadamente 75% dos médicos declaram que a instituição em que trabalham não oferece suporte em caso de psicoadoecimento ou sofrimento emocional. Quanto ao número de horas contínuas de trabalho, quase metade dos médicos (47,4%) discordam da afirmativa de que o local onde atuam não permite o trabalho por mais de 24 horas ininterruptas. Em relação ao treinamento técnico ofertado, 61% discordam de que a instituição onde trabalham oferece treinamento técnico suficiente para a equipe.

Estilo de vida

O estudo ouviu profissionais de diferentes graus de formação: 59% dos médicos eram especialistas, 29,5%, generalistas e 11,5%, em fase de especialização. Dos entrevistados, 41,6% trabalham em emergências ou unidades de pronto atendimento. Foi observado também que os médicos trabalham em média 52,5 horas por semana, levando em consideração todos os ambientes de trabalho. A maior parte (75,9%) relatou trabalhar atualmente até 60 horas semanais.

Com relação à rotina adotada pelos médicos, somente 35% conseguem manter regularmente um sono reparador. Há uma clara tendência de maior frequência de sono reparador quanto mais experiente é o médico, quanto menos horas trabalhadas na semana e quando trabalham no seu próprio negócio. Dos entrevistados, apenas 33,3% dos participantes relataram ter tido frequentemente ou sempre momentos de lazer nas duas últimas semanas; e 70,7 % não praticam regularmente uma atividade física.

Por sua vez, o consumo de alimentos frescos e menos industrializados já se mostra uma situação mais frequente na rotina do médico – 43,6% dizem consumir frequentemente ou sempre. Além disso, as férias são um benefício que o profissional, em sua maioria, consegue manter, porém, para quase 2/3 dos médicos (64,4%), o período de descanso não passa de duas semanas.

Uma grande parte dos médicos são neutros em avaliar sua própria qualidade de vida: 4,7% consideram muito ruim, 14,4% ruim, 44% neutra, 30% boa e 6,9% muito boa. Sobre satisfação profissional, há um posicionamento mais neutro também: 16% nada satisfeito, 16,5% pouco satisfeito, 27% neutro, 22% satisfeito e 18,3% muito satisfeito. Quase metade (45,9%) dos entrevistados declararam que a satisfação com a profissão médica diminuiu no último ano.

“Portanto, percebemos que a população médica do Brasil possui hábitos de vida que potencializam o estresse e o adoecimento mental, ao mesmo tempo em que as condições de trabalho são preocupantes e impactam na vida e no desempenho destes indivíduos. Medidas de controle de jornada, equilíbrio de remuneração, capacitação profissional corporativa, construção de redes de apoio e suporte são exemplos de medidas institucionais protetoras em relação à saúde mental da força de trabalho médica do Brasil”, reforça Eduardo Moura.

Metodologia

O Research Center realizou a pesquisa “Saúde Mental do Médico 2022” com médicos formados de qualquer especialidade e tempo de formação. Com amostragem nacional e método quantitativo, foi feita a partir de pesquisa transversal, utilizando um questionário online estruturado como instrumento de coleta. O recrutamento foi feito por meio digital a partir das plataformas Whitebook, iClinic, RxPro, Cardiopapers, Além da Medicina e Portal PEBMED e da base de médicos da Afya.

O estudo foi conduzido entre os dias 30/05/2022 e 17/07/2022. Foram obtidas 3.489 respostas no total, sendo que 3.115 completaram o questionário até o fim. Todos aceitaram um termo de consentimento para participação. A amostra apresenta um nível de confiança de 95% com margem de erro entre 1,66 e 1,76 pontos percentuais.

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Câmara aprova projeto que autoriza residentes a parcelarem férias

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Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que autoriza os médicos de programas de residência a fracionarem suas férias. A proposta segue para o Senado. A medida consta do Projeto de Lei 1732/22, da ex-deputada Soraya Manato. O texto foi aprovado em Plenário com parecer favorável do deputado Luizinho (PP-RJ), que apresentou pequenas mudanças.

A exemplo dos trabalhadores e servidores públicos, os médicos, quando participarem de programas de residência médica, passarão a poder fracionar os 30 dias de férias em períodos mínimos de 10 dias. Para esses médicos residentes, as férias são chamadas de repouso anual.

A rotina exigente dos residentes pode levar ao burnout e à exaustão, na opinião de Luizinho. “Comprometendo não apenas a saúde mental e física dos médicos, mas também a qualidade do atendimento prestado aos pacientes.”

Segundo ele, o fracionamento das férias permitirá que esses profissionais tenham períodos de descanso menos espaçados e façam uma gestão mais flexível do tempo.

Outros profissionais

O texto de Luizinho especifica que os demais profissionais da área de saúde terão o fracionamento do repouso anual disciplinado em regulamento. Ele acatou emenda da deputada Adriana Ventura (Novo-SP). “Os profissionais de saúde merecem essa flexibilidade”, disse a deputada.

Durante o debate do projeto em Plenário, o deputado Eli Borges (PL-TO) defendeu a aprovação. “É o tipo de profissional que não tem dia, não tem hora e faz o seu trabalho de doação de vida para as pessoas”, declarou. (Com informações da Agência Câmara de Notícias)

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Vuelo Pharma apresenta inovações no tratamento de feridas durante a Sobenfee 2024

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A empresa curitibana estará com stand exclusivo no evento, que ocorre em Salvador entre os dias 26 e 29 de novembro

A Vuelo Pharma, empresa curitibana especializada em produtos de healthcare com foco em skin care, wound care e wellness — self care,  marcará presença no Sobenfee 2024 — um dos maiores eventos de saúde e enfermagem do Brasil. 

O congresso, que acontece entre os dias 26 e 29 de novembro, será realizado em Salvador, na Bahia, e irá reunir o IX Congresso Brasileiro de Prevenção e Tratamento de Feridas, o II Congresso Brasileiro de Enfermagem Estética e o XV Congresso Iberolatinoamericano sobre Úlceras e Feridas – SILAUHE.

Com um stand exclusivo, a Vuelo Pharma irá expor e demonstrar seu portfólio de produtos, permitindo que os visitantes conheçam de perto as soluções que a empresa desenvolve para o tratamento de feridas e cuidados com a pele. 

“A nossa participação no evento reforça o compromisso da Vuelo com a disseminação de boas práticas e tecnologias de ponta para os profissionais de enfermagem, promovendo a saúde e o bem-estar por meio de produtos de alta qualidade e eficácia”, comenta Thiago Moreschi, CEO da Vuelo.

O Sobenfee 2024 promete reunir especialistas e profissionais renomados do Brasil e da América Latina para discutir uma ampla gama de temas, com destaque para políticas públicas de saúde, segurança do paciente, novas tecnologias em curativos, o papel das práticas integrativas no serviço público, e o impacto do letramento em saúde para a desospitalização de pacientes.

Também serão abordados tópicos críticos como o manejo de lesões em pacientes diabéticos, feridas oncológicas, e a importância dos ambulatórios públicos no atendimento de pacientes com feridas crônicas. “Certamente voltaremos com uma bagagem de aprendizado muito relevante, será uma ótima oportunidade”, finaliza o CEO.

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Mitos e Verdades sobre Hipertensão Arterial – a popular pressão alta: o que é verdade e o que é erroneamente divulgado sobre a doença

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Dra Fernanda Weiler, médica cardiologista do Sírio Libanês de Brasília, fala sobre a pressão alta, uma das doenças cardiovasculares mais comum entre os brasileiros

A hipertensão arterial – que é conhecida popularmente como “pressão alta” – afeta cerca de 27,9% da população brasileira (dados da Vigitel de 2023). E ainda que seja uma doença que atinge boa parte da população, ela é cercada de mitos e verdades que precisam ser esclarecidos. 

Dra Fernanda Weiler, médica cardiologista e internacionalmente certificada em Medicina do Estilo de Vida esclarece os principais mitos e as suas verdades a respeito da hipertensão arterial:

Mito 1: “Hipertensão é uma doença que aparece apenas na terceira idade”

A verdade: Dra Fernanda Weiler explica que a hipertensão arterial antes era prevalente em pessoas mais velhas, no entanto, mudanças no estilo de vida – especialmente alimentação e sedentarismo – fizeram com que a doença aumentasse drasticamente inclusive na população mais jovem. “O aumento de consumo de ultraprocessados e a falta de atividade física – bastante comum inclusive em jovens – faz com que a pressão aumente, gerando em muitos um diagnóstico de hipertensão arterial”, diz a médica.

Mito 2: “Hipertensão não tem sintomas, por isso não precisa de tratamento”

A verdade: “Ainda que alguns pacientes sejam realmente assintomáticos, não significa que o organismo não corre riscos, pelo contrário: quem não sente os sintomas clássicos da hipertensão (dores de cabeça, tontura e mal-estar) pode evoluir para um diagnóstico ainda mais sério por conta da falta de tratamento”, explica Fernanda. 

Mito 3: “Basta cortar o sal e a pressão normaliza”

A verdade: “Não basta apenas cortar o sal das refeições e seguir se alimentando de ultraprocessados ricos em sódio”, fala a especialista. Para o melhor controle dos níveis pressóricos, além do cuidado com o sal é preciso controlar o que é consumido. Ultraprocessados são ricos em sódio e seu alto consumo pode manter elevada a pressão arterial. A preferência é consumir alimentos naturais e ricos em nutrientes.

Mito 4: “Medicamentos para hipertensão são sempre necessários e devem ser tomados para o resto da vida”

A verdade: Cada caso é um caso a ser avaliado individualmente. “Quando se fala em hipertensão arterial é preciso entender o quão elevada ela está. Casos de hipertensão leve podem – muitas vezes – ser tratados apenas com mudanças no estilo de vida, focando na alimentação saudável, na prática de atividade física e no controle de tóxicos, como tabagismo e etilismo. Outros casos mais severos podem pedir a intervenção medicamentosa mas, vale dizer, que mesmo quando há necessidade do uso de medicação, o paciente precisa melhorar a alimentação e a prática de exercícios. Apenas o remédio não vai, de fato, solucionar o problema, uma vez que a causa não é tratada”, afirma a doutora.

Mito 5: “Quem tem pressão normal não precisa se preocupar com hipertensão”

A verdade: “A pressão arterial varia em seu índice naturalmente ao longo do dia. Durante a prática esportiva ela é naturalmente mais elevada quando comparada ao organismo em repouso. E se ela é variável em atividades corriqueiras, por que não poderia mudar por conta dos hábitos de cada indivíduo?”, questiona a profissional, que continua: “Uma pessoa que passou anos com a pressão arterial considerada normal e que, por exemplo, interrompe as atividades físicas e passa a se alimentar com mais ultraprocessados podem, sim, desenvolver a hipertensão arterial. O mesmo pode acontecer com uma gestante que, a depender dos fatores, pode ter um aumento de pressão que seguirá mesmo depois do parto”, explica Fernanda. “O aconselhado é fazer medidas esporádicas de pressão e buscar ajuda de um especialista ao menor sinal de aumento. Muitas vezes o diagnóstico precoce faz a diferença no tratamento”, finaliza a médica.

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