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Dia Mundial do Câncer: 4 de fevereiro. Em meio a gargalos, Brasil deve ter 79 mil casos a mais de câncer em 2023

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A estimativa é que em cada ano do triênio 2023-2025 o país registre 704 mil novos casos de câncer, superando em 79 mil (12,7%) os 625 mil novos casos anuais do período 2020-2022. Números ampliam os desafios relacionados aos gargalos de acesso ao diagnóstico e tratamento e a necessidade de políticas de saúde mais assertivas e alinhadas ao slogan do World Cancer Day, que é “Close the care Gap”, visando solucionar as lacunas no cuidado

Embora preveníveis, passíveis de serem diagnosticados precocemente e até mesmo evitáveis em muitos casos, os cânceres que surgem em órgãos como mama, próstata, pulmão, intestino grosso e reto (colorretal) e colo do útero continuam na lista dos mais incidentes. Outro dado preocupante é que o câncer é a segundo maior causa de morte no mundo, com mais de 10 milhões de óbitos nos cinco continentes, segundo o Globocan, do Instituto de Pesquisa do Câncer da Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS).

Os números evidenciam a urgência do slogan da campanha World Cancer Day, liderada pela Union for International Cancer Control (UICC). Assim como no passado, o lema é “Close the care gap / Por Cuidados mais justos”, sendo que as principais metas são oferecer equidade no acesso ao cuido oncológico; prevenção e redução de risco; conscientizar e descontruir mitos e desinformação; promover ações governamentais; propiciar bem-estar físico, com impacto mental e emocional; salvar vidas de forma custo-efetiva; reduzir as lacunas de habilidade/formação profissional; e trabalhar junto, como um só.

Neste movimento global, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) atua em diferentes frentes, lideradas pela campanha Não dá para esperar. Cuide-se. O câncer não ficou de quarentena. São ações, ao longo de todo o ano, aplicadas com o propósito de conscientizar a população a estar atenta aos sinais do corpo, aos exames indicados para sua faixa etária e, aos pacientes oncológicos, o alerta é que não negligenciem o tratamento. “Muito além do 4 de fevereiro, a SBCO está em movimento permanente, abraçando as demais campanhas que já são tradicionais ao abordar tipos específicos de câncer, como o Março Azul, Julho Verde, Agosto Branco, Setembro Lilás, Outubro Rosa, Novembro Azul e Dezembro Laranja. Além disso, temos também a tradicional Ação Nacional de Combate ao Câncer da SBCO em todos os meses de novembro”, detalha Héber Salvador.

Embora exames de rastreamento como colonoscopia e mamografia tenham apresentado uma retomada em 2022, é preocupante a queda registrada nos dois primeiros anos da pandemia. “Mesmo no ano passado, com um aumento em relação a 2021 e 2020, ainda não chegamos ao mesmo patamar de exames de rastreamento que registrávamos até 2019. E vale alertar que, antes das pandemia, já predominava o diagnóstico tardio. É um gargalo que precisamos, todos juntos, resolver”, reforça Héber Salvador.

237 mil casos novos a mais nos próximos 3 anos – De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA) são previstos 704 mil novos casos de câncer para cada ano do triênio 2023-2025. Ao comparar-se com os números do triênio 2020-2022, quando eram esperados 625 mil novos casos por ano, observa-se que a expectativa é que tenhamos 79 mil casos acrescidos anualmente, ou seja, 237 mil novos casos a mais na somatória dos próximos três anos.

10 tipos de câncer mais incidentes em homens e mulheres no Brasil

Distribuição proporcional dos dez tipos de câncer mais incidentes estimados para 2023 por sexo, exceto pele não melanoma*

HOMENSMULHERES
Localização primáriaCasos%Localização primáriaCasos%
Próstata71.73030,0%Mama feminina73.61030,1%
Cólon e Reto21.9709,2%Cólon e Reto23.6009,7%
Pulmão18.0207,5%Colo do útero17.0107,0%
Estômago13.3405,6%Pulmão14.5406,0%
Cavidade Oral10.9004,6%Glândula Tireoide14.1605,8%
Esôfago8.2003,4%Estômago8.1403,3%
Bexiga7.8703,3%Corpo do útero7.8403,2%
Laringe6.5702,7%Ovário7.3103,0%
Linfoma não Hodgkin6.4202,7%Pâncreas5.6902,3%
Fígado6.3902,7%Linfoma não Hodgkin5.6202,3%

Fonte:https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/numeros/estimativa/estado-capital/brasil

Excluindo os casos de câncer de pele não melanoma, o mais comum em homens (próstata) e em mulheres (mama feminina) representam 3 entre 10 casos. Para ambos, há políticas de rastreamento, que incluem, para diagnóstico dos tumores prostáticos, o exame de antígeno prostático específico (PSA) e toque prostático. Para rastrear o câncer de mama é indicada a mamografia, podendo ser complementada pelo ultrassom. 

O câncer de cólon/intestino grosso e reto (colorretal) é o segundo mais comum tanto em homens, quanto em mulheres. Mais que fazer o diagnóstico precoce, o rastreamento com colonoscopia é capaz de evitar a doença. Por meio do exame é possível retirar pólipos, grudados na parede do intestino, que – caso não fossem expelidos – poderiam evoluir para câncer. O rastreamento inclui o exame de sangue oculto nas fezes.

O câncer de pulmão é o terceiro mais incidente em homens e quarto em mulheres. Embora não seja uma política de rastreamento no Brasil, evidências apontam que o exame de tomografia de baixas doses em fumantes reduz as taxas de mortalidade pela doença. O câncer de colo do útero, tumor ginecológico mais comum, é uma doença evitável por meio de vacina contra HPV e exame de Papanicolau.

“Olhando para os demais cânceres que estão entre os dez mais comuns em cada gênero enxergamos também uma janela de oportunidade de diagnóstico precoce por meio de endoscopia (estômago e esôfago), de atuação já na cadeira do dentista (cavidade oral) e atenção aos sintomas de tumores como ovário e bexiga. E a principal mensagem, que é a da prevenção primária, por meio de hábitos de vida que evitem os fatores de risco”, ressalta Héber Salvador.

O presidente da SBCO aponta que 80% dos casos de câncer vão necessitar de alguma cirurgia no transcurso da doença. “A cirurgia oncológica é uma das principais ferramentas para a cura dos tumores sólidos e pode ser o único tratamento em casos diagnosticados mais precocemente. Nesta situação, as taxas de cura são superiores a 90%”, afirma.

De fato, dados da OPAS/OMS apontam que 70% das mortes por câncer ocorrem em países de baixa e média renda; 40% dos casos poderiam ser prevenidos evitando fatores de risco. “A ciência e a medicina apresentam um histórico de evolução constante em relação a diagnóstico, tratamento e cura de muitas doenças oncológicas. O desafio é fazer este arsenal estar disponível para todos, o que ainda não acontece no Brasil”, afirma Héber.

Outro obstáculo é a falta de informação sobre câncer e pior ainda quando há desinformação patrocinada pela divulgação de fake news, ressalta o presidente da SBCO. “Nesse cenário o tema deste ano do World Cancer Day nos instiga a refletir sobre a importância de democratizar o acesso à saúde e à informação sobre as doenças oncológicas, como estratégia para diminuir a incidência de todos os tipos de cânceres”, diz. Muitas doenças oncológicas são potencialmente evitáveis e, mesmo assim, o câncer está entre as principais causas de mortes do mundo.

Mensagens-chave do World Cancer Day

  • O câncer é a segunda principal causa de morte no mundo.
  • 10 milhões de pessoas morrem de câncer todos os anos.
  • Mais de 40% das mortes relacionadas ao câncer poderiam ser evitáveis, pois estão ligadas a fatores de risco modificáveis, como tabagismo, uso de álcool, má alimentação e inatividade física.
  • Quase pelo menos um terço de todas as mortes relacionadas ao câncer poderiam ser evitadas por meio de exames de rotina, detecção precoce e tratamento.
  • 70% das mortes por câncer ocorrem em países de baixa a média renda.
  • Milhões de vidas poderiam ser salvas a cada ano com a implementação de estratégias apropriadas de recursos para prevenção, detecção precoce e tratamento.
  • O custo econômico anual total do câncer é estimado em US$ 1,16 trilhão.

Sinais e sintomas de câncer

Com tantos tipos diferentes de câncer, os sintomas são variados e dependem de onde a doença está localizada. No entanto, existem alguns sinais e sintomas importantes a serem observados, incluindo:

  • Nódulos ou inchaço incomuns – nódulos cancerígenos geralmente são indolores e podem aumentar de tamanho à medida que o câncer progride.
  • Tosse, falta de ar ou dificuldade para engolir – fique atento a episódios persistentes de tosse, falta de ar ou dificuldade para engolir.
  • Alterações no hábito intestinal – como constipação e diarreia e/ou sangue encontrado nas fezes.
  • Sangramento inesperado – inclui sangramento da vagina, passagem anal ou sangue encontrado nas fezes, na urina ou ao tossir.
  • Perda de peso inexplicável – uma grande quantidade de perda de peso inexplicável e não intencional durante um curto período de tempo (alguns meses)
  • Fadiga – que se manifesta como um cansaço extremo e uma forte falta de energia. Se a fadiga for causada por câncer, os indivíduos normalmente também apresentam outros sintomas
  • Dor ou ardência – inclui dor inexplicável ou contínua, ou dor que vem e vai.
  • Complicações ao urinar – inclui a necessidade de urinar com urgência, com mais frequência, ou ser incapaz de ir quando precisa ou sentir dor ao urina
  • Alterações incomuns da mama – procure alterações no tamanho, forma ou sensação, alterações na pele e dor.
  • Perda de apetite – sentir menos fome do que o habitual por um período prolongado de tempo.
  • Uma ferida ou úlcera que não cicatriza – incluindo uma mancha, ferida ou úlcera na boca.
  • Azia ou indigestão – azia ou indigestão persistente ou dolorosa.
  • Suores noturnos intensos – esteja ciente de suores noturnos muito intensos e encharcados.
  • Alterações na pele – atenção se a alguma pinta ou mancha altera o seu padrão. Para tanto, uma espécie de autoavaliação leva em conta a Assimetria (se o formato for irregular é motivo de alerta), Bordas (irregularidade também requer atenção), Cor (observe se o sinal tem coloração uniforme ou apresenta mais de uma tonalidade), Dimensão (sinais na pele maiores que seis milímetros requerem atenção máxima. Isso porque, em geral, pintas benignas não ultrapassam essa dimensão) e Evolução (a evolução da pinta, ou seja, quando ela muda de tamanho, cor e formato com o tempo, muitas vezes, de forma veloz, requer bastante atenção).

Sobre a SBCO – Fundada em 31 de maio de 1988, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) é uma entidade sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, que agrega cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado multidisciplinar ao paciente com câncer. Sua missão é também promover educação médica continuada, com intercâmbio de conhecimentos, que promovam a prevenção, detecção precoce e o melhor tratamento possível aos pacientes, fortalecendo e representando a cirurgia oncológica brasileira. É presidida pelo cirurgião oncológico Héber Salvador (2021-2023).

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Bradesco Saúde dobra rede de atendimento especializada em TEA e reforça acolhimento a beneficiários

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Em um cenário de crescente atenção às necessidades de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a Bradesco Saúde celebra os avanços do seu Programa de Acolhimento, desenvolvido com foco na personalização e qualidade do cuidado prestado. Em um ano de implementação, a operadora de saúde duplicou sua rede de atendimento especializada, alcançando mais de 570 prestadores credenciados em todo o país.

Lançado em 2024, o programa oferece uma Central Exclusiva de Atendimento, que funciona como ponto de acolhimento e triagem inicial, orientando os pacientes e suas famílias sobre os caminhos adequados de cuidado e acompanhamento clínico. A jornada do beneficiário é monitorada pela operadora, garantindo suporte contínuo e especializado.

Resultados expressivos no primeiro ano

Entre março de 2024 e março de 2025, o programa especializado para TEA registrou aproximadamente 12 mil acionamentos, beneficiando mais de 5 mil pacientes. De acordo com levantamento da Bradesco Saúde, 70% das demandas foram para o sexo masculino e 30% para o feminino. Além disso, 42% dos pacientes atendidos estavam na faixa etária de 0 a 5 anos, público no qual o diagnóstico e as intervenções precoces são especialmente relevantes.

“O programa tem sido bem-sucedido na sua proposta de proporcionar o cuidado adequado aos pacientes diagnosticados com o TEA. Temos como pilares o acolhimento humanizado às famílias, protocolos integrados e parcerias com redes especializadas”, destaca Fernando Pedro, superintendente sênior de Gestão de Rede da Bradesco Saúde.

Compromisso com o cuidado humanizado

A expansão da rede e o modelo de acompanhamento reforçam o compromisso da Bradesco Saúde com uma abordagem centrada no paciente, especialmente em um tema tão sensível como o TEA. Ao investir em uma estrutura dedicada, a operadora contribui não apenas para a melhoria da qualidade de vida dos beneficiários, mas também para a conscientização da sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce, do apoio às famílias e da inclusão.

A iniciativa integra a estratégia da empresa de inovação no cuidado em saúde, alinhada aos princípios da medicina personalizada e baseada em valor. Ao promover ações integradas e especializadas, a Bradesco Saúde avança em sua missão de proporcionar mais acesso, qualidade e eficiência assistencial no setor de saúde suplementar.

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Novas plataformas digitais ampliam suporte ao uso do e-SUS APS por gestores e profissionais de saúde

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Com o objetivo de fortalecer a atenção primária e qualificar a gestão da informação no Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde lançou novos sites dedicados à Estratégia e-SUS APS, ao Painel e-SUS APS e ao Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab). As plataformas reúnem funcionalidades essenciais para o uso adequado das ferramentas digitais, além de conteúdos voltados à capacitação técnica e apoio à implementação nos municípios.

A iniciativa integra o esforço do governo federal para reduzir o tempo de espera no SUS e aprimorar o cuidado prestado aos usuários, conforme destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Segundo ele, a modernização dos sistemas de informação em saúde é um dos pilares para acelerar o acesso aos serviços, monitorar indicadores e facilitar a tomada de decisões baseadas em evidências.

Ferramentas disponíveis nos novos hotsites

Os hotsites disponibilizam recursos estratégicos para apoiar os profissionais no uso dos sistemas, tais como:

  • Downloads para instalação do Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC);
  • Orientações para instalação e uso do Painel e-SUS APS;
  • Manuais técnicos e materiais de apoio à implantação;
  • Linha do tempo com principais entregas e versões;
  • Biblioteca de vídeos explicativos e de apoio;
  • Ambiente de treinamento com dados simulados (XML);
  • Integração direta com a plataforma de educação permanente Educa e-SUS APS;
  • Canal de suporte técnico e seção de novidades;
  • Blog com atualizações e notícias da área.

O que é a Estratégia e-SUS APS

Liderada pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps), a Estratégia e-SUS APS visa reestruturar a gestão da informação na atenção primária por meio da informatização qualificada dos serviços. A proposta é criar um novo modelo de gestão de dados em saúde, promovendo mais eficiência e rastreabilidade nos atendimentos.

A principal inovação recente é o Painel e-SUS APS, plataforma que permite o monitoramento em tempo real de indicadores populacionais e clínicos. A solução oferece suporte direto à tomada de decisão em saúde, possibilitando que equipes realizem intervenções mais rápidas e eficazes no cuidado dos pacientes.

Educação permanente para os profissionais

Para apoiar a implementação e a melhoria contínua dos sistemas, o Ministério da Saúde também disponibilizou o Educa e-SUS APS, uma plataforma gratuita de educação permanente. O ambiente oferece cursos, treinamentos e materiais atualizados para profissionais de saúde, gestores e equipes de tecnologia, com foco no uso eficiente das ferramentas e na aplicação prática dos dados para a gestão da atenção primária.

Acesso às plataformas

Com essas novas iniciativas, o Ministério da Saúde reforça o compromisso com um SUS mais digital, eficiente e integrado, contribuindo para uma gestão pública mais transparente e centrada na saúde das pessoas.

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Vacina contra herpes zóster pode reduzir risco de demência em até 20%, revela estudo publicado na Nature

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Um estudo internacional liderado pela Stanford Medicine, nos Estados Unidos, trouxe evidências promissoras sobre o impacto positivo da vacinação contra herpes zóster na saúde cerebral de idosos. Segundo a pesquisa, publicada na prestigiada revista Nature, o imunizante foi associado a uma redução de 20% no risco de desenvolvimento de demência, incluindo Alzheimer.

A pesquisa teve como base os registros de saúde de idosos no País de Gales, onde uma política de vacinação restritiva — permitindo a aplicação da vacina apenas para pessoas com 79 anos completos em 1º de setembro de 2013 — criou um “experimento natural”. Os pesquisadores, então, compararam grupos vacinados e não vacinados com perfis semelhantes ao longo de sete anos.

“A situação permitiu um estudo observacional robusto com dados reais e controle adequado de variáveis como idade e estado de saúde”, destacou o professor Pascal Geldsetzer, autor sênior do estudo.

O elo entre vírus latentes e doenças neurodegenerativas

O herpes zóster, conhecido popularmente como cobreiro, é causado pela reativação do vírus varicela-zóster, o mesmo que provoca a catapora. Após a infecção inicial, o vírus permanece dormente no sistema nervoso e pode ser reativado décadas depois, especialmente em idosos com imunidade reduzida. Além de causar dores intensas e erupções cutâneas, ele também pode desencadear inflamações crônicas nos nervos.

Essas inflamações — em especial quando envolvem o sistema nervoso central — vêm sendo estudadas como possíveis fatores de risco para doenças como a demência e o Alzheimer.

Como a vacina pode proteger o cérebro

A principal hipótese para os efeitos neuroprotetores da vacina contra o herpes zóster é a redução da neuroinflamação. Ao evitar a reativação do vírus, o organismo sofre menos episódios inflamatórios, preservando melhor as funções cerebrais ao longo do tempo. Além disso, os pesquisadores sugerem que a vacina possa gerar uma resposta imunológica mais ampla, fortalecendo o sistema imune contra infecções silenciosas que impactam a cognição.

Mulheres e pessoas com doenças autoimunes ou alergias, que normalmente apresentam respostas imunológicas mais fortes, mostraram benefícios ainda mais expressivos na pesquisa.

“A inflamação é prejudicial para diversas doenças crônicas, incluindo a demência. Impedir reativações virais pode ser uma forma eficaz de proteger o cérebro no longo prazo”, reforça Geldsetzer.

Um novo caminho para prevenção da demência

Com mais de 55 milhões de pessoas afetadas pela demência no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e com o aumento da expectativa de vida global, a descoberta acende uma luz sobre novas estratégias de prevenção.

A demência, especialmente a do tipo Alzheimer, ainda não tem cura, e os tratamentos disponíveis são limitados. Assim, iniciativas de prevenção ganham relevância, e a vacinação pode ser uma aliada inesperada e poderosa — não apenas contra o herpes zóster, mas também na proteção da saúde neurológica.

A pesquisa também reforça a necessidade de ampliar o acesso à vacina, especialmente em países em desenvolvimento, onde o envelhecimento populacional se acelera e os recursos para tratar doenças neurodegenerativas são limitados.

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