Conecte-se conosco

Atualidades

Algoritmo do Einstein processa dados socioeconômicos e de saúde de pacientes diabéticos

Publicado

em

Um projeto da área de Big Data& Analytics e do Centro de Estudos e Promoção de Políticas de Saúde (CEPPS) do Einstein acaba de receber um grant para desenvolver uma ferramenta para fornecer informações qualificadas que poderão embasar melhorias nas políticas públicas de saúde e de acesso a tratamentos de pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com diabetes tipo 2. O projeto DMeter, que será patrocinado pela AWS (Amazon Web Services), foi estruturado pelo Einstein com três objetivos principais que tangem à promoção da equidade em saúde: aumentar o acesso a serviços de saúde, reduzir disparidades tratando dos determinantes sociais de saúde e utilizar dados para promover sistemas de atendimento igualitários e inclusivos.

De acordo com o Vigitel – Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, em pesquisa liberada ano passado¹, a frequência de diagnóstico de diabetes é de 9,1% da população, sendo 9,6% em mulheres e 8,6% em homens. Em ambos os gêneros, este número variou para cima, acompanhando a idade da população, e para baixo, com o nível de escolaridade. Isto representou um aumento de 23% no diagnóstico da doença no país quando comparado ao cenário pré-pandemia.

Hoje, no Brasil, não existem mecanismos que permitem trazer uma fotografia clara sobre os pacientes diabéticos, como programas de prevenção e promoção à saúde e isso vem sobrecarregando sistemas de saúde de várias maneiras. Para se ter uma ideia, os custos de diabetes no Brasil já superam R$ 10 bilhões, sendo 3,16 bilhões para gastos diretos e R$ 7,5 bilhões para gastos indiretos com a doença. Este dado foi estimado em um estudo feito por cientistas da FEA (Faculdade de Economia e Administração) da USP e da Unicamp. Os dados utilizados têm como base o ano de 2016, quando o número de casos cresceu 13% em relação aos três anos anteriores.

Por isso, a ideia é desenvolver um algoritmo que cruze indicadores do DataSUS, base de armazenamento de dados do Sistema Único de Saúde, sobre a história clínica dos pacientes com suas informações socioeconômicas de acordo com a coordenadoria regional de saúde a qual seu endereço está ligado. Com isso, será possível avaliar e, se for o caso, aprimorar as políticas públicas relacionadas à assistência a pacientes do sistema público de saúde, como, acompanhamento por equipes de Estratégia de Saúde da Família, que envolvem mecanismos de prevenção e tratamento, como orientação nutricional e acesso a medicamentos corretos.

O projeto nasceu no Einstein com objetivo de entender as principais demandas da população no acesso à saúde de qualidade. Atualmente, a organização faz gestão de 29 unidades públicas. O projeto do Einstein, único brasileiro entre os 10 participantes, se une às outras soluções em nuvem que também buscam promoção da equidade em saúde.

“Quando os recursos são melhor geridos a partir de informações mais contextualizadas, é possível trabalhar para melhorar a eficiência do sistema e, ao mesmo tempo, fazer com que os pacientes acessem e se engajem mais facilmente a seus tratamentos, melhorando sua saúde. E é isso que o projeto visa alcançar”, afirma Edson Amaro Junior, médico e superintendente de Ciência de Dados e Analytics do Einstein.

De acordo com ele, esse conjunto de números também pode gerar informações importantes para os gestores do sistema público de saúde, sobretudo para que consigam mensurar os riscos que as condições socioeconômicas imputam ao prognóstico de um paciente com diabetes tipo 2.

“A equidade na saúde é algo que pode variar muito, principalmente entre pacientes do sistema público onde suas condições e acessos podem alcançar realidades distantes, a depender da região onde mora, e esta condição pode ser determinante no próprio mecanismo de desenvolvimento e de resposta à doença, como tratamento, capacidade de adesão a uma terapia, entre outros fatores. A inovação aqui é usar dados de vida real para efetivamente mensurar este impacto em uma doença de imensa prevalência e enorme custo tanto para os pacientes, quanto para sistemas de saúde – tanto no Brasil, quanto em outros lugares do mundo”, esclarece Luana Araujo, coordenadora de dados aplicados à saúde pública do Einstein, idealizadora e investigadora principal do projeto.

O responsável pelo desenvolvimento tecnológico da ferramenta, o coordenador de neurociências Birajara Machado, explica que, durante o ano de 2023, o algoritmo deve associar informações de 11 variáveis socioeconômicas de cerca de 22 mil pacientes para ajudar a elucidar essas questões.

Os indicadores biológicos respondem questões do dia a dia do paciente, como: se tem glicose controlada ou não; se está em uso de medicação ou não; quantas medicações faz uso atualmente; se já progrediu para uso de insulina; ou se tem alguma complicação de órgão alvo (rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos). Já os indicadores socioeconômicos levam em conta região onde mora, renda familiar e acesso aos serviços de saúde. Estes fatores também são importantes do ponto de vista do desenvolvimento das doenças. O diabetes tipo 2, a versão mais comum da doença, está ligada a hábitos de vida, como obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada.

O algoritmo, quando concluído em 2024, terá código aberto, podendo ser utilizado em qualquer outra região do país e até mesmo fora do Brasil, dependendo apenas da adaptação ao paciente local.

O projeto também poderá ser estendido para outras patologias que sofrem grande impacto socioeconômico, como a endometriose, por exemplo — doença que tem diagnóstico tardio, na maioria dos casos, e que pode levar a várias internações, com diversos custos indiretos associados à redução na qualidade de vida.


¹ Vigitel Brasil 2021 – estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas — Ministério da Saúde.

Atualidades

Câmara aprova projeto que autoriza residentes a parcelarem férias

Publicado

em

Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que autoriza os médicos de programas de residência a fracionarem suas férias. A proposta segue para o Senado. A medida consta do Projeto de Lei 1732/22, da ex-deputada Soraya Manato. O texto foi aprovado em Plenário com parecer favorável do deputado Luizinho (PP-RJ), que apresentou pequenas mudanças.

A exemplo dos trabalhadores e servidores públicos, os médicos, quando participarem de programas de residência médica, passarão a poder fracionar os 30 dias de férias em períodos mínimos de 10 dias. Para esses médicos residentes, as férias são chamadas de repouso anual.

A rotina exigente dos residentes pode levar ao burnout e à exaustão, na opinião de Luizinho. “Comprometendo não apenas a saúde mental e física dos médicos, mas também a qualidade do atendimento prestado aos pacientes.”

Segundo ele, o fracionamento das férias permitirá que esses profissionais tenham períodos de descanso menos espaçados e façam uma gestão mais flexível do tempo.

Outros profissionais

O texto de Luizinho especifica que os demais profissionais da área de saúde terão o fracionamento do repouso anual disciplinado em regulamento. Ele acatou emenda da deputada Adriana Ventura (Novo-SP). “Os profissionais de saúde merecem essa flexibilidade”, disse a deputada.

Durante o debate do projeto em Plenário, o deputado Eli Borges (PL-TO) defendeu a aprovação. “É o tipo de profissional que não tem dia, não tem hora e faz o seu trabalho de doação de vida para as pessoas”, declarou. (Com informações da Agência Câmara de Notícias)

Continue Lendo

Atualidades

Vuelo Pharma apresenta inovações no tratamento de feridas durante a Sobenfee 2024

Publicado

em

A empresa curitibana estará com stand exclusivo no evento, que ocorre em Salvador entre os dias 26 e 29 de novembro

A Vuelo Pharma, empresa curitibana especializada em produtos de healthcare com foco em skin care, wound care e wellness — self care,  marcará presença no Sobenfee 2024 — um dos maiores eventos de saúde e enfermagem do Brasil. 

O congresso, que acontece entre os dias 26 e 29 de novembro, será realizado em Salvador, na Bahia, e irá reunir o IX Congresso Brasileiro de Prevenção e Tratamento de Feridas, o II Congresso Brasileiro de Enfermagem Estética e o XV Congresso Iberolatinoamericano sobre Úlceras e Feridas – SILAUHE.

Com um stand exclusivo, a Vuelo Pharma irá expor e demonstrar seu portfólio de produtos, permitindo que os visitantes conheçam de perto as soluções que a empresa desenvolve para o tratamento de feridas e cuidados com a pele. 

“A nossa participação no evento reforça o compromisso da Vuelo com a disseminação de boas práticas e tecnologias de ponta para os profissionais de enfermagem, promovendo a saúde e o bem-estar por meio de produtos de alta qualidade e eficácia”, comenta Thiago Moreschi, CEO da Vuelo.

O Sobenfee 2024 promete reunir especialistas e profissionais renomados do Brasil e da América Latina para discutir uma ampla gama de temas, com destaque para políticas públicas de saúde, segurança do paciente, novas tecnologias em curativos, o papel das práticas integrativas no serviço público, e o impacto do letramento em saúde para a desospitalização de pacientes.

Também serão abordados tópicos críticos como o manejo de lesões em pacientes diabéticos, feridas oncológicas, e a importância dos ambulatórios públicos no atendimento de pacientes com feridas crônicas. “Certamente voltaremos com uma bagagem de aprendizado muito relevante, será uma ótima oportunidade”, finaliza o CEO.

Continue Lendo

Atualidades

Mitos e Verdades sobre Hipertensão Arterial – a popular pressão alta: o que é verdade e o que é erroneamente divulgado sobre a doença

Publicado

em

Dra Fernanda Weiler, médica cardiologista do Sírio Libanês de Brasília, fala sobre a pressão alta, uma das doenças cardiovasculares mais comum entre os brasileiros

A hipertensão arterial – que é conhecida popularmente como “pressão alta” – afeta cerca de 27,9% da população brasileira (dados da Vigitel de 2023). E ainda que seja uma doença que atinge boa parte da população, ela é cercada de mitos e verdades que precisam ser esclarecidos. 

Dra Fernanda Weiler, médica cardiologista e internacionalmente certificada em Medicina do Estilo de Vida esclarece os principais mitos e as suas verdades a respeito da hipertensão arterial:

Mito 1: “Hipertensão é uma doença que aparece apenas na terceira idade”

A verdade: Dra Fernanda Weiler explica que a hipertensão arterial antes era prevalente em pessoas mais velhas, no entanto, mudanças no estilo de vida – especialmente alimentação e sedentarismo – fizeram com que a doença aumentasse drasticamente inclusive na população mais jovem. “O aumento de consumo de ultraprocessados e a falta de atividade física – bastante comum inclusive em jovens – faz com que a pressão aumente, gerando em muitos um diagnóstico de hipertensão arterial”, diz a médica.

Mito 2: “Hipertensão não tem sintomas, por isso não precisa de tratamento”

A verdade: “Ainda que alguns pacientes sejam realmente assintomáticos, não significa que o organismo não corre riscos, pelo contrário: quem não sente os sintomas clássicos da hipertensão (dores de cabeça, tontura e mal-estar) pode evoluir para um diagnóstico ainda mais sério por conta da falta de tratamento”, explica Fernanda. 

Mito 3: “Basta cortar o sal e a pressão normaliza”

A verdade: “Não basta apenas cortar o sal das refeições e seguir se alimentando de ultraprocessados ricos em sódio”, fala a especialista. Para o melhor controle dos níveis pressóricos, além do cuidado com o sal é preciso controlar o que é consumido. Ultraprocessados são ricos em sódio e seu alto consumo pode manter elevada a pressão arterial. A preferência é consumir alimentos naturais e ricos em nutrientes.

Mito 4: “Medicamentos para hipertensão são sempre necessários e devem ser tomados para o resto da vida”

A verdade: Cada caso é um caso a ser avaliado individualmente. “Quando se fala em hipertensão arterial é preciso entender o quão elevada ela está. Casos de hipertensão leve podem – muitas vezes – ser tratados apenas com mudanças no estilo de vida, focando na alimentação saudável, na prática de atividade física e no controle de tóxicos, como tabagismo e etilismo. Outros casos mais severos podem pedir a intervenção medicamentosa mas, vale dizer, que mesmo quando há necessidade do uso de medicação, o paciente precisa melhorar a alimentação e a prática de exercícios. Apenas o remédio não vai, de fato, solucionar o problema, uma vez que a causa não é tratada”, afirma a doutora.

Mito 5: “Quem tem pressão normal não precisa se preocupar com hipertensão”

A verdade: “A pressão arterial varia em seu índice naturalmente ao longo do dia. Durante a prática esportiva ela é naturalmente mais elevada quando comparada ao organismo em repouso. E se ela é variável em atividades corriqueiras, por que não poderia mudar por conta dos hábitos de cada indivíduo?”, questiona a profissional, que continua: “Uma pessoa que passou anos com a pressão arterial considerada normal e que, por exemplo, interrompe as atividades físicas e passa a se alimentar com mais ultraprocessados podem, sim, desenvolver a hipertensão arterial. O mesmo pode acontecer com uma gestante que, a depender dos fatores, pode ter um aumento de pressão que seguirá mesmo depois do parto”, explica Fernanda. “O aconselhado é fazer medidas esporádicas de pressão e buscar ajuda de um especialista ao menor sinal de aumento. Muitas vezes o diagnóstico precoce faz a diferença no tratamento”, finaliza a médica.

Continue Lendo

Mais Vistos