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Sociedade Brasileira de Mastologia faz alerta para uso da termografia

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A termografia, recurso cada vez mais utilizado em clínicas particulares e por prefeituras no Interior do Brasil para o diagnóstico de câncer de mama, preocupa os especialistas. Parecer conjunto divulgado recentemente pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) e Federação Brasileira das Associações de Ginecologistas e Obstetras (Febrasgo), importantes entidades no País, alerta sobre dispositivos que se valem da temperatura corporal para detectar a doença. “Como recurso de rastreamento, esta tecnologia não apresenta qualquer segurança para a paciente, apesar da falsa aparência de tranquilidade”, afirma o mastologista Henrique Lima Couto, coordenador do Departamento de Imagem da SBM. O especialista destaca que a termografia não é recomendada pela FDA, a agência reguladora norte-americana. “No Brasil, sua incorporação em qualquer momento da linha de cuidado do câncer de mama é fortemente contraindicada pelo Ministério da Saúde e SBM, por representar mais potenciais danos que benefícios.”

Assinado pela Sociedade Brasileira de Mastologia, Comissão Nacional de Mamografia do Colégio Brasileiro de Radiologia e Federação Brasileira das Associações de Ginecologistas e Obstetras, o parecer não recomenda a utilização da termografia ou qualquer tecnologia semelhante, isoladamente ou em conjunto com a mamografia, seja no rastreamento, detecção precoce, diagnóstico ou acompanhamento de pacientes com câncer de mama. No documento, as entidades enfatizam ainda que o método deve se restringir ao ambiente de pesquisa. “Neste ponto, vale destacar que a SBM não identificou artigos científicos ou ensaios clínicos que comprovem a efetividade da termografia nos diagnósticos da doença”, diz Lima Couto.

Parte do equipamento de termografia se assemelha a um smartphone que é usado para medir a temperatura da glândula mamária. Em tese, um tumor geraria mais calor pela intensa circulação de sangue. “Recentemente, tomamos conhecimento de um dispositivo de rastreamento térmico, que diferentemente da termografia infravermelha, é baseado em nano-sensores ativados pela temperatura corporal”, conta o mastologista da SBM. “Mas tanto os fabricantes quanto os divulgadores declaram que esta nova tecnologia não substitui a mamografia e o exame físico nos diagnósticos de câncer. A mamografia, por sua vez, detecta tumores muito pequenos que a termografia não enxerga”, ressalta.

Apesar da recomendação contra a incorporação do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Mastologia, clínicas privadas e também o serviço de saúde oferecido em muitas prefeituras de porte médio no interior do Brasil vêm utilizando o recurso para rastreamento do câncer de mama. “Os municípios estão adquirindo os dispositivos e pagando por isso. Estão aplicando o recurso em tecnologia não incorporada pelo Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde) que apresenta evidência científica forte de que os potenciais riscos são maiores que os potenciais benefícios. Trabalho científico publicado em 2022 mostrou que o tempo médio na região Sudeste entre a mamografia e o início do tratamento é de 11 meses. O que realmente se faz necessário é aplicar os recursos públicos para intensificar a realização das mamografias e das biópsias de mama, métodos consagrados no diagnóstico da doença”, observa Lima Couto.

Para o especialista, “a falsa sensação de tranquilidade” associada à termografia tem feito com que mais mulheres optem pelo método, em detrimento da mamografia. “Outra preocupação é sobre o uso desta tecnologia para substituir a ultrassonografia ou a ressonância magnética em pacientes com mamas densas ou alto risco para câncer”, destaca. Nas duas situações, o médico avalia que as mulheres podem perder a chance de detectar a doença em seu estágio inicial.

Na finalização do parecer, as entidades expressam textualmente que “nenhum dispositivo que avalia atividade térmica mamária demonstrou até o momento benefício adicional no rastreamento e diagnóstico do câncer de mama”. “Sem dúvida, estamos diante de algo que requer extrema atenção”, reforça o mastologista Henrique Lima Couto.

Depois do câncer de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais incidente e a primeira causa de morte em mulheres de todas as regiões do Brasil. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) prevê 73.610 novos casos da doença até o fim deste ano.

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Tarifas dos EUA ameaçam abastecimento de medicamentos genéricos e podem gerar crise global no setor

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A possível imposição de tarifas alfandegárias por parte dos Estados Unidos sobre medicamentos e insumos farmacêuticos pode desencadear uma crise sem precedentes no abastecimento de genéricos no país e no mundo. A medida, que ainda está em avaliação pelo Departamento de Comércio americano, preocupa especialistas, fabricantes e entidades do setor, principalmente diante da forte dependência dos EUA de remédios produzidos na Índia e com insumos vindos da China.

Atualmente, os medicamentos genéricos correspondem a cerca de 90% do consumo farmacêutico dos Estados Unidos, com a maioria sendo fabricada em países de menor custo, como a Índia, que lidera globalmente nas exportações desses produtos. Os princípios ativos, por sua vez, vêm em grande parte da China. Se as tarifas de até 25% forem aplicadas, como sugerido por autoridades americanas, os impactos poderão ser devastadores para a cadeia de suprimentos e para os consumidores.

Alerta do setor e risco de desabastecimento

John Murphy, CEO da Associação de Medicamentos Acessíveis (AAM), afirmou que as tarifas ameaçam especialmente os medicamentos injetáveis mais antigos, como os quimioterápicos, que já operam com margens financeiras estreitas. “Esses produtos podem se tornar financeiramente inviáveis, levando fabricantes a abandonar sua produção”, alerta Murphy.

A preocupação é reforçada pelos dados da Sociedade Americana de Farmacêuticos do Sistema de Saúde (ASHP), que mostram que 323 medicamentos estiveram em falta nos EUA no primeiro trimestre de 2024, o maior número já registrado.

Impactos para a Índia e para a saúde global

A Índia, responsável por 20% das exportações globais de genéricos e por 60% das vacinas de baixo custo, seria uma das economias mais impactadas pela medida americana. Fabricantes indianos alertam para a perda de competitividade de seus produtos no mercado dos EUA. “Os genéricos indianos ficarão mais caros e poderão perder espaço, o que comprometeria sua viabilidade financeira”, afirmou B. Partha Saradhi Reddy, presidente do conselho da Hetero e membro do Parlamento indiano.

Consequências econômicas e sociais

Além da ameaça de desabastecimento, há a expectativa de aumento nos custos dos tratamentos, tanto para pacientes com seguro quanto para os que arcam com os custos do próprio bolso. Estimativas do banco ING apontam que o tratamento de 24 semanas com um genérico oncológico pode ficar até US$ 10 mil mais caro com a aplicação de tarifas.

Stephen Farrelly, diretor global de farmacêuticos e saúde do ING, destaca que os consumidores mais afetados serão os sem cobertura de seguro-saúde, embora o impacto também deva ser sentido em aumentos nos prêmios dos planos de saúde.

Um tiro no próprio pé?

Especialistas avaliam que, ao buscar proteger sua indústria local, os EUA podem comprometer o próprio sistema de saúde. “Muitos medicamentos simplesmente não são produzidos em nenhum outro lugar além da Índia. Taxá-los é aumentar ainda mais os custos para o próprio consumidor americano”, afirma Prashant Reddy, coautor do livro The Truth Pill, que trata da indústria farmacêutica indiana.

Enquanto o debate continua, o setor farmacêutico aguarda as conclusões da investigação do Departamento de Comércio dos EUA, previstas para os próximos meses. Contudo, com a possibilidade de decisões antecipadas, a indústria se mobiliza para alertar sobre os riscos à segurança sanitária global.

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Rede D’Or vende sua participação na GSH em operação de R$ 1,59 bilhão

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A Rede D’Or São Luiz (B3: RDOR3) anunciou nesta quarta-feira, 10 de abril, a assinatura dos documentos definitivos para a venda de sua participação de 41% na GSH – empresa especializada em hemoterapia e terapia celular. O comprador é a George Holding, controlada pela gestora internacional CVC Capital Partners.

Com a aquisição, a George Holding passa a deter 98,5% do capital da GSH, em uma transação que avalia a empresa em R$ 1,59 bilhão, conforme informado em comunicados oficiais divulgados pela Rede D’Or e pela própria GSH. O valor final do negócio ainda poderá ser ajustado com base em critérios de liquidez.

A operação marca mais um movimento estratégico da Rede D’Or, que tem buscado otimizar seu portfólio e concentrar seus esforços em áreas centrais da assistência hospitalar. A GSH, por sua vez, ganha um novo controlador com histórico global em investimentos no setor de saúde, o que pode acelerar seus planos de expansão e inovação tecnológica.

A GSH atua em bancos de sangue e soluções avançadas em terapia celular, sendo uma das referências nacionais em medicina transfusional, com presença relevante em diversas unidades hospitalares no Brasil.

A conclusão do negócio está sujeita às aprovações regulatórias usuais, incluindo a do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).

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AME Sorocaba inicia atendimento em Libras e amplia inclusão para pessoas surdas

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Desde o dia 15 de abril, o AME Sorocaba passou a contar com um serviço essencial de inclusão: o atendimento em Libras, por meio do programa São Paulo São Libras. A iniciativa garante que pessoas surdas tenham mais autonomia, acolhimento e equidade ao buscar cuidados em saúde.

Com o uso de intérpretes via videochamada, os pacientes que se comunicam por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras) agora contam com suporte dedicado desde o primeiro contato na unidade, promovendo um atendimento mais respeitoso, humanizado e eficiente.

A conquista é fruto de uma importante parceria entre a Fundação do ABC, o Governo do Estado de São Paulo e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, reforçando o compromisso de tornar os serviços de saúde mais acessíveis para todos.

“Esse é um avanço concreto na promoção da equidade em saúde. Garantir comunicação plena é também garantir dignidade e cuidado integral”, destacou a equipe da unidade.

O programa “São Paulo São Libras” está sendo implantado em diversos equipamentos de saúde do estado, integrando a tecnologia e os direitos das pessoas com deficiência em prol de um sistema de saúde mais justo.

Inclusão que transforma

Essa nova etapa no atendimento do AME Sorocaba representa mais do que uma inovação tecnológica: simboliza a valorização da diversidade e o reconhecimento das necessidades específicas da população surda, que muitas vezes enfrenta barreiras de comunicação ao buscar serviços essenciais.

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