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Uso de IA, gerenciamento de custos, escassez de mão de obra e sustentabilidade são tendências e desafios do setor de saúde neste ano.

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O setor global de saúde continuará a enfrentar desafios sem precedentes em 2024, como vem ocorrendo desde o início da pandemia da covid-19, revela a nova edição do estudo “Perspectivas Globais do Setor de Saúde 2024”, realizado pela Deloitte. De acordo com o relatório, que apresenta cinco grandes tendências do setor, o futuro da saúde global será moldado pela inovação, gerenciamento de custos, adaptação da força de trabalho, integração de cuidados sociais e sustentabilidade.

Uma das tendências que devem vir com mais força para o setor é a inteligência artificial (IA), que deve desempenhar um papel fundamental na otimização da administração, diagnóstico, tratamento e cuidado dos pacientes. Desde a análise preditiva até a automação de registros eletrônicos, a IA pode aprimorar ainda mais a precisão e a eficiência da entrega de cuidados de saúde.

“Em 2024, o setor de saúde enfrentará transformações sem precedentes. A pandemia da covid-19 segue impactando as organizações no Brasil e no mundo todo, pois deixou uma escassez de mão de obra e custos crescentes. Por outro lado, a adoção generalizada da inteligência artificial promete soluções inovadoras. Contudo, as desigualdades em saúde persistem, podendo triplicar os custos até 2040. A sustentabilidade é agora vital, com práticas ambientais e inovações na telemedicina moldando um futuro mais eficiente e acessível. Estamos no limiar de uma mudança profunda, em que inovação, sustentabilidade e adaptação da força de trabalho se tornam pilares essenciais do cuidado global”, destaca Luis Joaquim, sócio-líder de Life Sciences & Health Care da Deloitte.

O ano de 2023 foi marcado por desafios na saúde brasileira, com a persistência dos impactos da pandemia da covid-19 e o surgimento de novas questões de saúde. O sistema de saúde no Brasil divide-se entre público e privado, com 25% da população (cerca de 50,9 milhões de pessoas) utilizando serviços privados regulamentados, enquanto o restante depende de serviços não regulamentados ou do Sistema Único de Saúde (SUS). O país gasta aproximadamente 9,3% de seu PIB (Produto Interno Bruto) em saúde, totalizando cerca de R$ 800 bilhões, distribuídos entre saúde pública e privada.

Além das cinco áreas apontadas no relatório global, Luís Joaquim destaca outros temas, tendências e desafios que impactarão o mercado brasileiro nos próximos meses. De acordo com o executivo, no Brasil, as disparidades regionais, o envelhecimento populacional, os impactos da pandemia e a sinistralidade são alguns dos principais desafios do setor. 

Disparidades regionais e desigualdades

O Brasil apresenta grandes disparidades regionais na oferta de serviços de saúde, evidenciadas pela variação no número de médicos por mil habitantes, chegando a diferenças de até cinco vezes entre regiões. Essas desigualdades refletem na expectativa de vida, com variações significativas entre cidades e bairros, destacando a desigualdade social existente no acesso à saúde.

Envelhecimento populacional e obesidade

O Brasil enfrenta um rápido envelhecimento populacional, prevendo-se uma das maiores taxas do mundo, o que representa um desafio adicional para o sistema de saúde. A taxa de obesidade, tanto em crianças quanto em adultos, é outra preocupação crescente, projetando-se que 41% dos adultos brasileiros serão considerados obesos até 2035.

Impactos da pandemia

No começo, a pandemia levou a uma redução temporária no uso de serviços de saúde devido ao distanciamento social. Mas, posteriormente, houve um aumento significativo do referido uso, resultando no ingresso de 4 milhões de brasileiros no sistema de saúde suplementar nos últimos três anos. O aumento de casos de autismo, somado a fraudes e abusos, contribuiu para um recrudescimento dos gastos com saúde, pressionando financeiramente hospitais e planos.

Sinistralidade e desafios financeiros

A sinistralidade, indicador importante do sistema de saúde, permanece elevada, atingindo até 90% em alguns momentos. A questão da sustentabilidade financeira no setor é agravada pelos altos custos operacionais, especialmente para hospitais, que enfrentam desafios mesmo com o aumento da demanda.

Saúde no mundo: os principais desafios globais

A inteligência artificial (IA) surge como uma necessidade competitiva no setor, com um investimento global de US$ 31,5 bilhões entre 2019 e 2022. A IA está simplificando tarefas administrativas, automatizando a gestão de reclamações, melhorando a qualidade do cuidado, otimizando equipes hospitalares e proporcionando diagnósticos eficientes e precisos. No entanto, a confiança dos pacientes e a mitigação de vieses são cruciais para a adoção bem-sucedida dessa tecnologia inovadora. 

No Brasil, de acordo com Luis Joaquim, a IA tornou-se crucial para melhorar a eficiência e o controle no sistema de saúde, abrangendo áreas como detecção de fraudes e modernização de processos operacionais. A aplicação da IA na radiologia, especialmente para diagnósticos por imagem, tem sido uma tendência, embora a falta de investimentos em infraestrutura digital, gestão de dados, padronização e qualidade nos dados de saúde ainda seja um obstáculo.

Gerenciando custos, cadeia de suprimentos e acessibilidade

Os custos no setor de saúde são impulsionados por riscos trabalhistas, inflação e a necessidade de cuidados especializados para populações envelhecidas. Os custos hospitalares nos Estados Unidos, por exemplo, aumentaram 22,5% desde antes da pandemia, e a inflação na América Latina contribuiu para um aumento de 18,9% nos custos com saúde em 2023. O setor está respondendo com inovações para reduzir custos relacionados à idade, mas a acessibilidade e o investimento são desafios, especialmente nos países em desenvolvimento. Os custos de saúde no Brasil estão em ascensão, com a inflação médica superando a média mundial. Mudanças legislativas, como o Projeto de Lei do piso de enfermagem e a transformação do rol taxativo em exemplificativo, aumentam as incertezas e pressionam ainda mais os custos do setor. A área da saúde lida com um grande desafio em manter o equilíbrio entre os custos dos insumos hospitalares e a qualidade assistencial, ou seja, o setor de suprimentos precisa posicionar-se como estratégico e acompanhar as linhas de oportunidades no mercado. Outro ponto sensível, que precisa de um gerenciamento, são os processos que possam gerar desperdícios quando não monitorados.

Respondendo à iminente escassez global de profissionais de saúde

A Organização Mundial da Saúde (OMS) projeta um déficit de 10 milhões de profissionais de saúde até 2030, agravado pelo esgotamento dos profissionais, que atinge quase 50% dos médicos nos Estados Unidos. Líderes de saúde são instados a reconstruir a confiança, restaurar significado e envolver os clínicos da linha de frente em papéis de liderança, além de priorizar tecnologias para reduzir as demandas de trabalho. Para Joaquim, no Brasil, questões como burnout, afastamento de profissionais de saúde e desigualdade na distribuição de profissionais são desafios significativos. As questões mentais dos profissionais do setor têm se agravado, influenciadas pela instabilidade econômica, pelo desemprego e por perdas pessoais.

O papel dos cuidados sociais

Com 80% dos resultados de saúde vinculados a fatores sociais, governos e organizações estão integrando serviços de saúde e cuidados sociais para alcançar uma “saúde integral”. Parcerias estão sendo formadas para empoderar os trabalhadores de cuidados sociais e melhorar os resultados entre populações desatendidas, incluindo a implementação de tecnologias digitais para otimizar serviços. Na realidade brasileira, fatores sociais — como localização geográfica, cor e raça — desempenham um papel crucial nos determinantes da saúde. A desigualdade no acesso a alimentos saudáveis também é destacada como um fator importante.

Um futuro sustentável

O setor de saúde, suscetível aos impactos das mudanças climáticas, está construindo operações mais sustentáveis para mitigar emissões. Hospitais estão investindo em descarbonização, estabelecendo metas de neutralidade de carbono e incentivando cadeias de valor sustentáveis. Joaquim destaca que, no Brasil, o setor de saúde é apontado como um dos principais poluidores, e a sustentabilidade torna-se uma preocupação crescente. A busca por operações mais verdes, eficiência energética e resiliência da cadeia de suprimentos são consideradas essenciais para abordar os desafios ambientais e garantir a sustentabilidade.

“O estudo destaca a necessidade urgente de inovação, colaboração e responsabilidade no setor de saúde. À medida que enfrentamos transformações significativas, a adoção responsável de tecnologias, a abordagem proativa dos custos e da escassez de profissionais, o fortalecimento dos cuidados sociais e o compromisso com a sustentabilidade emergem como imperativos para moldar um futuro saudável para todos”, conclui Luis Joaquim.

Saúde mais personalizada

A saúde está se tornando mais personalizada, descentralizada, e encontrando formas de se otimizar. É o que mostra o estudo “Forecast Healthcare 2024”, elaborado pela LLYC, no qual são apresentados os principais desafios que o setor enfrentará no próximo ano.

As longas listas de espera geradas pela pandemia e os problemas orçamentários se somam a outros fatores que antes já estavam evidentes, como o envelhecimento da população, o crescimento da desigualdade econômica e a sobrecarga gerada por algumas doenças não transmissíveis. Com os serviços de saúde sob enorme pressão, os governos, a indústria médica, os profissionais e os pacientes precisarão encontrar, juntos, formas inovadoras para reverter essa situação e garantir a sustentabilidade do setor.

O estudo destaca que, entre os principais temas para o ano, estão o aumento da conscientização da população sobre o autocuidado e a melhoria dos hábitos de vida. Ele também destaca a importância do papel dos cuidadores na melhoria da saúde dos pacientes e o aumento da transparência e da inclusão na pesquisa clínica. O setor seguirá avançando na abordagem One Health (saúde humana, animal e ambiental) e critérios ESG.

Saúde Mental

Ao longo de 2024, a desestigmatização das doenças mentais continuará em pauta, haverá um aumento das soluções apresentadas para casos e doenças com poucas opções de tratamento aumentarão, e a tecnologia continuará desempenhando um papel fundamental. A inteligência artificial e o big data vão acelerar o desenvolvimento de medicamentos e vacinas, e a inovação e a tecnologia convergirão para melhorar a assistência médica.

Para Giuliana Gregori, diretora de Healthcare e Advocacy da LLYC Brasil, o ano de 2024 começa com grandes desafios para o setor de saúde, mas também com motivos para ser otimista. “Há uma grande preocupação com a capacidade de sustentação dos serviços de saúde. Como é possível diminuir essa sobrecarga? Será inevitável que todos os atores, públicos e privados, trabalhem juntos para melhorar a situação. No momento, o apoio da pesquisa e da tecnologia está se mostrando fundamental. O impacto delas está sendo muito importante para avançar no desenvolvimento de tratamentos ou medicamentos que podem facilitar a vida dos pacientes”, destaca.


As principais tendências apontadas no relatório Forecast Healthcare 2024

Maior conscientização sobre o cuidado individual da saúde e melhoria dos hábitos, foco nos cuidadores e em seu papel para a melhora da saúde dos pacientes, aumento da pressão sobre a sustentabilidade dos sistemas de saúde, maior transparência e inclusão na pesquisa clínica, a abordagem One Health: meio ambiente, animais e saúde humana, a perspectiva empresarial com responsabilidade social, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e ESG, desestigmatização das doenças mentais, mais acesso à inovação farmacológica e às tecnologias de saúde, mais e melhores soluções para doenças devastadoras com poucas opções de tratamento, big data e inteligência artificial para acelerar o desenvolvimento de medicamentos e vacinas, vacinação: o momento dos idosos e crianças, e novas tecnologias para aproximar a saúde do paciente.


Tendências Globais dos Custos de Saúde

Aon plc, empresa global em serviços profissionais, aponta em seu novo relatório “Global Medical Trend Rates Report 2024” que, no Brasil, a previsão é que a taxa média de aumento de planos de saúde corporativos em 2024 será de 14,1%, mantendo o patamar de 14,4% realizado em 2023.  

O indicador encontra-se acima da taxa média da América Latina, que atingiu 11,6% em 2023 e chegará a 11,7% em 2024, com uma inflação geral de 4,3% em 2023 e 4,1% em 2024. 

O estudo reúne informações dos escritórios da Aon que intermediam e administram planos médicos corporativos nos 113 países incluídos na pesquisa. Com base nas interações entre profissionais da Aon e clientes, os insights do relatório refletem as expectativas quanto às tendências dos custos de saúde nos âmbitos local, regional e global. 

As taxas representam uma previsão dos aumentos percentuais que serão necessários para compensar a inflação de preços projetada, considerando a evolução do comportamento de utilização dos planos médicos e custos dos eventos, tais como exames, terapias e internações, além do impacto da incorporação à cobertura obrigatória (rol de procedimentos) de novas tecnologias e medicamentos. 

“Os números do Brasil são elevados se comparados com as médias da América Latina e global. Com a frequência de utilização dos serviços médicos retornando ao patamar anterior à pandemia, os indicadores que impactam na variação dos custos médicos também estão se aproximando daqueles registrados antes do período pandêmico. As perspectivas para 2024 continuam apontando para uma trajetória de alta, tendência impulsionada principalmente por serviços como exames, terapias e internações (nesta ordem)”, explica Leonardo Coelho, head de Health & Talent Solutions da Aon no Brasil.

O especialista ressalta ainda a crescente relevância de iniciativas de bem-estar para as empresas: “A complexidade do cenário de saúde reforça a necessidade de análises detalhadas desses dados para facilitar o acesso à assistência médica e promover a saúde e o bem-estar, convergindo em uma estratégia mais sustentável para os benefícios de saúde. Cada vez mais países reportam o bem-estar como sua iniciativa de mitigação de custos mais importante, já que um quarto dos 113 países consultados citaram sua importância, e países como o Brasil, a Colômbia, a Índia, Singapura e Hong Kong estão encabeçando a lista”. 

Para 2024, a companhia prevê que a média global de aumento será de 10,1%, acima dos 9,2% registrados no ano anterior e a mais alta desde 2015. As condições médicas que mais impulsionaram os custos com planos médicos no Brasil foram:

  • Cardiovasculares: incluem transtornos do coração e vasos sanguíneos, abrangendo diferentes condições. Essas doenças impactaram a sinistralidade nas regiões da América Latina e Caribe, Ásia-Pacífico e Europa.
  • Câncer: os mais comuns são os de mama, pulmão, colo, reto e próstata, os quais apresentam números crescentes em todo o mundo.

“Passamos por um cenário inflacionário significativo e de grande volatilidade econômica. Os impactos nas economias em todo o mundo após a pandemia da covid-19 continuarão provocando um ambiente instável para o mercado de planos de saúde e, embora já existam sinais de melhoria, essas condições ainda devem persistir. Especialmente em razão da incerteza de quanto tempo ainda vão durar as pressões inflacionárias, fica claro que todas as regiões pesquisadas terão um aumento acentuado em planos de saúde corporativos em 2024”, destaca Max Saraví, head de Health & Talent Solutions da Aon para a América Latina.

O relatório prevê que, em termos globais, 60% das empresas avaliam flexibilizar seus benefícios como estratégia de mitigação que lhes permitirá maior controle de seus gastos e custos, tornando-se uma ferramenta eficiente de recursos humanos para oferecer pacotes de benefícios diferenciados. 

“A flexibilização dos benefícios pode ser uma ferramenta de atração e retenção de talentos ao oferecer aos colaboradores um pacote mais adaptável, que atenda às suas necessidades individuais e, ao mesmo tempo, aborde aspectos e expectativas de diversidade, equidade e inclusão”, conclui Saraví.

Imperativos estratégicos  

KPMG destaca quatro ações estratégicas que garantem o sucesso contínuo das empresas de ciências da vida. São elas: elaborar experiências viabilizadas por tecnologia e centradas no cliente; desenvolver colaborações de inteligência artificial (IA) para uma entrada mais rápida no mercado; repensar a cadeia de suprimentos; gerenciar riscos cibernéticos. Segundo o levantamento, diante de um cenário novo e altamente conectado, as organizações do setor devem agir de acordo com os quatro imperativos cruciais apresentados, que serão a base de um novo modelo para a indústria.

“As tendências na área de ciências da vida sinalizam um período de conectividade e inovação, que mudará o modo como os pacientes e seus prestadores de serviços entendem, gerenciam e até curam doenças. As instituições devem estar bem preparadas para agir de acordo com as diretrizes, de forma que ofereçam aos usuários experiências inovadoras e uma qualidade de vida melhor”, conclui o sócio-líder de infraestrutura, governo e saúde da KPMG no Brasil, Leonardo Giusti.

As prioridades essenciais enfatizadas são listadas abaixo.

Elaborar experiências viabilizadas por tecnologia e centradas no cliente: comunicar-se efetivamente com os investidores envolve não apenas destacar o valor financeiro, mas também demonstrar como os serviços beneficiam não só o acionista, mas também o paciente e a sociedade em geral. Além disso, as propostas de valor para novos produtos devem ser respaldadas por dados convincentes, demonstrando melhorias em relação às ofertas existentes e aos impactos na saúde, alinhamento de custos e opções de pagamento inovadoras.

Desenvolver colaborações de IA para uma entrada mais rápida no mercado: as empresas devem se adaptar ao cenário atual de desenvolvimento acelerado de medicamentos, buscando formas de maximizar o retorno sobre o investimento em um tempo menor. Nesse sentido, é recomendável estabelecer parcerias estratégicas com organizações de inteligência artificial, visando acelerar processos desde a identificação de candidatos a medicamentos até a análise de dados de ensaios clínicos.

Repensar a cadeia de suprimentos: viabilizar uma experiência mais conectada e personalizada ao cliente, dar suporte às novas terapias e à medicina de precisão, e mitigar riscos de disrupção tornam-se prioridades cruciais para a área. Investir na modernização da cadeia de suprimentos permite a criação de um ecossistema dinâmico e interconectado de serviços de saúde, focado na satisfação contínua dos clientes e pacientes, ao mesmo tempo em que impulsiona a eficiência e o crescimento de receita.

Gerenciar riscos cibernéticos: as companhias do segmento também devem entender os riscos associados ao uso de tecnologias digitais e emergentes. Embora ferramentas como nuvem, IA e aprendizado de máquina possam impulsionar melhorias significativas na produtividade da produção, elas trazem novos desafios de segurança cibernética. Para aproveitar ao máximo essas tecnologias avançadas, é essencial que se estabeleçam protocolos robustos de gestão de acesso, especialmente ao utilizar dados da cadeia de suprimentos digital em ambientes de tecnologia operacional.

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Câmara aprova projeto que autoriza residentes a parcelarem férias

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Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que autoriza os médicos de programas de residência a fracionarem suas férias. A proposta segue para o Senado. A medida consta do Projeto de Lei 1732/22, da ex-deputada Soraya Manato. O texto foi aprovado em Plenário com parecer favorável do deputado Luizinho (PP-RJ), que apresentou pequenas mudanças.

A exemplo dos trabalhadores e servidores públicos, os médicos, quando participarem de programas de residência médica, passarão a poder fracionar os 30 dias de férias em períodos mínimos de 10 dias. Para esses médicos residentes, as férias são chamadas de repouso anual.

A rotina exigente dos residentes pode levar ao burnout e à exaustão, na opinião de Luizinho. “Comprometendo não apenas a saúde mental e física dos médicos, mas também a qualidade do atendimento prestado aos pacientes.”

Segundo ele, o fracionamento das férias permitirá que esses profissionais tenham períodos de descanso menos espaçados e façam uma gestão mais flexível do tempo.

Outros profissionais

O texto de Luizinho especifica que os demais profissionais da área de saúde terão o fracionamento do repouso anual disciplinado em regulamento. Ele acatou emenda da deputada Adriana Ventura (Novo-SP). “Os profissionais de saúde merecem essa flexibilidade”, disse a deputada.

Durante o debate do projeto em Plenário, o deputado Eli Borges (PL-TO) defendeu a aprovação. “É o tipo de profissional que não tem dia, não tem hora e faz o seu trabalho de doação de vida para as pessoas”, declarou. (Com informações da Agência Câmara de Notícias)

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Vuelo Pharma apresenta inovações no tratamento de feridas durante a Sobenfee 2024

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A empresa curitibana estará com stand exclusivo no evento, que ocorre em Salvador entre os dias 26 e 29 de novembro

A Vuelo Pharma, empresa curitibana especializada em produtos de healthcare com foco em skin care, wound care e wellness — self care,  marcará presença no Sobenfee 2024 — um dos maiores eventos de saúde e enfermagem do Brasil. 

O congresso, que acontece entre os dias 26 e 29 de novembro, será realizado em Salvador, na Bahia, e irá reunir o IX Congresso Brasileiro de Prevenção e Tratamento de Feridas, o II Congresso Brasileiro de Enfermagem Estética e o XV Congresso Iberolatinoamericano sobre Úlceras e Feridas – SILAUHE.

Com um stand exclusivo, a Vuelo Pharma irá expor e demonstrar seu portfólio de produtos, permitindo que os visitantes conheçam de perto as soluções que a empresa desenvolve para o tratamento de feridas e cuidados com a pele. 

“A nossa participação no evento reforça o compromisso da Vuelo com a disseminação de boas práticas e tecnologias de ponta para os profissionais de enfermagem, promovendo a saúde e o bem-estar por meio de produtos de alta qualidade e eficácia”, comenta Thiago Moreschi, CEO da Vuelo.

O Sobenfee 2024 promete reunir especialistas e profissionais renomados do Brasil e da América Latina para discutir uma ampla gama de temas, com destaque para políticas públicas de saúde, segurança do paciente, novas tecnologias em curativos, o papel das práticas integrativas no serviço público, e o impacto do letramento em saúde para a desospitalização de pacientes.

Também serão abordados tópicos críticos como o manejo de lesões em pacientes diabéticos, feridas oncológicas, e a importância dos ambulatórios públicos no atendimento de pacientes com feridas crônicas. “Certamente voltaremos com uma bagagem de aprendizado muito relevante, será uma ótima oportunidade”, finaliza o CEO.

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Mitos e Verdades sobre Hipertensão Arterial – a popular pressão alta: o que é verdade e o que é erroneamente divulgado sobre a doença

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Dra Fernanda Weiler, médica cardiologista do Sírio Libanês de Brasília, fala sobre a pressão alta, uma das doenças cardiovasculares mais comum entre os brasileiros

A hipertensão arterial – que é conhecida popularmente como “pressão alta” – afeta cerca de 27,9% da população brasileira (dados da Vigitel de 2023). E ainda que seja uma doença que atinge boa parte da população, ela é cercada de mitos e verdades que precisam ser esclarecidos. 

Dra Fernanda Weiler, médica cardiologista e internacionalmente certificada em Medicina do Estilo de Vida esclarece os principais mitos e as suas verdades a respeito da hipertensão arterial:

Mito 1: “Hipertensão é uma doença que aparece apenas na terceira idade”

A verdade: Dra Fernanda Weiler explica que a hipertensão arterial antes era prevalente em pessoas mais velhas, no entanto, mudanças no estilo de vida – especialmente alimentação e sedentarismo – fizeram com que a doença aumentasse drasticamente inclusive na população mais jovem. “O aumento de consumo de ultraprocessados e a falta de atividade física – bastante comum inclusive em jovens – faz com que a pressão aumente, gerando em muitos um diagnóstico de hipertensão arterial”, diz a médica.

Mito 2: “Hipertensão não tem sintomas, por isso não precisa de tratamento”

A verdade: “Ainda que alguns pacientes sejam realmente assintomáticos, não significa que o organismo não corre riscos, pelo contrário: quem não sente os sintomas clássicos da hipertensão (dores de cabeça, tontura e mal-estar) pode evoluir para um diagnóstico ainda mais sério por conta da falta de tratamento”, explica Fernanda. 

Mito 3: “Basta cortar o sal e a pressão normaliza”

A verdade: “Não basta apenas cortar o sal das refeições e seguir se alimentando de ultraprocessados ricos em sódio”, fala a especialista. Para o melhor controle dos níveis pressóricos, além do cuidado com o sal é preciso controlar o que é consumido. Ultraprocessados são ricos em sódio e seu alto consumo pode manter elevada a pressão arterial. A preferência é consumir alimentos naturais e ricos em nutrientes.

Mito 4: “Medicamentos para hipertensão são sempre necessários e devem ser tomados para o resto da vida”

A verdade: Cada caso é um caso a ser avaliado individualmente. “Quando se fala em hipertensão arterial é preciso entender o quão elevada ela está. Casos de hipertensão leve podem – muitas vezes – ser tratados apenas com mudanças no estilo de vida, focando na alimentação saudável, na prática de atividade física e no controle de tóxicos, como tabagismo e etilismo. Outros casos mais severos podem pedir a intervenção medicamentosa mas, vale dizer, que mesmo quando há necessidade do uso de medicação, o paciente precisa melhorar a alimentação e a prática de exercícios. Apenas o remédio não vai, de fato, solucionar o problema, uma vez que a causa não é tratada”, afirma a doutora.

Mito 5: “Quem tem pressão normal não precisa se preocupar com hipertensão”

A verdade: “A pressão arterial varia em seu índice naturalmente ao longo do dia. Durante a prática esportiva ela é naturalmente mais elevada quando comparada ao organismo em repouso. E se ela é variável em atividades corriqueiras, por que não poderia mudar por conta dos hábitos de cada indivíduo?”, questiona a profissional, que continua: “Uma pessoa que passou anos com a pressão arterial considerada normal e que, por exemplo, interrompe as atividades físicas e passa a se alimentar com mais ultraprocessados podem, sim, desenvolver a hipertensão arterial. O mesmo pode acontecer com uma gestante que, a depender dos fatores, pode ter um aumento de pressão que seguirá mesmo depois do parto”, explica Fernanda. “O aconselhado é fazer medidas esporádicas de pressão e buscar ajuda de um especialista ao menor sinal de aumento. Muitas vezes o diagnóstico precoce faz a diferença no tratamento”, finaliza a médica.

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