Em um recente relatório sobre empresas de saúde listadas na bolsa, o BTG Pactual revisou suas estimativas para Rede D’Or, Hapvida e Dasa. Apesar dos ajustes, o banco de investimentos continua demonstrando confiança no potencial de crescimento e recuperação dessas operadoras, especialmente diante dos desafios macroeconômicos e setoriais enfrentados ao longo dos últimos meses. A análise ressalta que, mesmo com oscilações de curto prazo, a perspectiva de médio e longo prazo segue positiva, impulsionada por fatores como demanda por serviços de qualidade, expansão de redes e consolidação de mercado.
Motivos para a revisão das projeções
- Desempenho financeiro recente
O BTG avaliou os últimos balanços divulgados pelas companhias, levando em conta receita, custos operacionais e margens de lucro. Ajustes pontuais nas projeções vieram de resultados aquém ou além do esperado em alguns trimestres.
- Cenário macroeconômico
A alta de juros e a inflação impactam tanto a capacidade de investimento das operadoras de saúde quanto o poder de compra dos usuários. Esse contexto motivou revisões na projeção de crescimento de carteiras e na precificação de ativos.
- Estratégias de expansão
Cada empresa analisada segue um modelo de negócio: enquanto a Rede D’Or foca em aquisições de hospitais e clínicas, a Hapvida aposta na integração vertical e sinergia entre operadoras e rede própria, e a Dasa investe em diagnósticos e soluções digitais. A adaptação dessas estratégias às condições atuais requer análises mais detalhadas.
Visão por empresa
- Rede D’Or: O BTG mantém recomendações positivas, pois enxerga potencial de consolidação em novas regiões e melhoria contínua na eficiência de operações adquiridas.
- Hapvida: Apesar do período de ajustes após a fusão com o Grupo NotreDame Intermédica, a perspectiva é de ganho de sinergias no longo prazo, contribuindo para a recomposição das margens.
- Dasa: O banco aponta oportunidades na expansão de serviços de diagnóstico e na incorporação de tecnologias de telemedicina, acreditando na recuperação da rentabilidade e no aumento gradual da demanda.
Potenciais riscos e desafios
- Pressão de custos: Tanto os insumos médicos quanto as despesas trabalhistas podem reduzir a margem caso não sejam controlados com eficiência.
- Regulação e concorrência: Mudanças no regramento do setor e a entrada de novos players de saúde podem exigir novas adaptações nas estratégias das empresas.
- Ambiente macro: Se a economia sofrer novos abalos (como recessão ou agravamento da inflação), o setor pode sentir reflexos na quantidade de beneficiários de planos e na capacidade de investimento.
Por que o setor de saúde se mantém atrativo
- Demanda crescente: O envelhecimento populacional e o aumento de doenças crônicas ampliam a busca por assistência médica.
- Oportunidades de consolidação: Há espaço para fusões e aquisições, bem como para a expansão de redes em regiões menos atendidas.
- Inovação: As empresas que adotam tecnologias digitais e modelos de atendimento híbrido (presencial e remoto) podem agregar valor, reduzir custos e fidelizar clientes.
Conclusão
O relatório do BTG Pactual reafirma a confiança no potencial de longo prazo do setor de saúde brasileiro, ainda que cada empresa apresente particularidades na forma de encarar os desafios. Ajustes nas projeções de curto prazo não desviam a percepção de que há espaço para crescimento, melhorias operacionais e consolidação, especialmente diante da busca contínua por serviços de qualidade e da expansão do acesso à assistência médica no país.
Fonte:
Portal N10 – BTG Pactual revisa projeções para Rede D’Or, Hapvida e Dasa, mantendo otimismo no setor de saúde