Conecte-se conosco

Atualidades

Governo federal enfrenta desafios na gestão dos programas Mais Médicos e Médicos pelo Brasil

Publicado

em

Os programas Mais Médicos e Médicos pelo Brasil, duas das principais iniciativas do governo federal para ampliar o acesso à saúde pública no país, estão no centro de um impasse administrativo e operacional. Criado em 2013, o Mais Médicos buscou levar profissionais a regiões carentes, enquanto o Médicos pelo Brasil, lançado em 2019, visava aprimorar a qualificação e a estrutura de atendimento. No entanto, divergências entre as gestões e a falta de integração entre os programas têm gerado incertezas para médicos e para a população atendida.


As diferenças entre os programas

Os dois programas possuem objetivos semelhantes, mas com metodologias distintas:

  • Mais Médicos: Criado em 2013, trouxe profissionais, inclusive estrangeiros, para atuar em áreas remotas e regiões de difícil acesso. Durante anos, contou com médicos cubanos por meio de um acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
  • Médicos pelo Brasil: Instituído em 2019, o programa priorizou a formação de médicos brasileiros e a estruturação de uma carreira para médicos no Sistema Único de Saúde (SUS), substituindo gradualmente o modelo do Mais Médicos.

Apesar das diferenças, o governo atual reativou o Mais Médicos, mantendo também o Médicos pelo Brasil, o que criou um ambiente de competição e sobreposição de funções dentro do próprio sistema.


Os desafios enfrentados

1. Falta de integração entre os programas

Embora ambos tenham como objetivo ampliar a presença de médicos em áreas vulneráveis, a existência de dois programas distintos gerou dificuldades logísticas, contratuais e financeiras. Municípios enfrentam incertezas sobre qual iniciativa priorizar, enquanto médicos têm dúvidas sobre qual modalidade oferece melhores condições de trabalho e estabilidade.

2. Questões salariais e de contratação

  • Mais Médicos: Contratos temporários, sem vínculo empregatício tradicional, o que levanta preocupações sobre estabilidade e benefícios.
  • Médicos pelo Brasil: Criou a Agência para o Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (Adaps), que oferece contratos celetistas, com direito a benefícios como FGTS e plano de carreira.

Essa discrepância tem gerado debates sobre qual modelo é mais eficiente e atraente para os profissionais.

3. Impacto nas prefeituras e na assistência médica

Muitos municípios que antes dependiam exclusivamente do Mais Médicos agora precisam equilibrar as contratações entre os dois programas. Em algumas localidades, a falta de médicos ainda é uma realidade, já que o processo de alocação e contratação tem sido impactado por mudanças de gestão e dificuldades burocráticas.


Possíveis soluções e futuro dos programas

Especialistas em saúde pública defendem que uma fusão ou uma melhor integração entre os programas poderia otimizar os recursos e garantir um atendimento mais eficiente à população. Algumas medidas sugeridas incluem:

  • Unificação dos critérios de contratação e benefícios para evitar disparidades entre médicos de diferentes programas.
  • Definição clara de quais áreas cada programa atenderá, garantindo que todas as regiões vulneráveis tenham cobertura médica contínua.
  • Revisão da política de incentivos e carreiras para tornar a atuação nos programas mais atrativa para os profissionais de saúde.

O governo federal ainda não sinalizou mudanças estruturais, mas o debate sobre a eficácia e sustentabilidade dos programas continua em pauta.


Conclusão

A existência paralela do Mais Médicos e do Médicos pelo Brasil gerou um cenário de incerteza, tanto para os profissionais da saúde quanto para os municípios que dependem dessas iniciativas. A falta de integração entre os programas compromete a eficiência do atendimento e reforça a necessidade de ajustes na gestão. Para garantir um atendimento médico contínuo e de qualidade, será essencial um planejamento que evite sobreposição de recursos e promova melhores condições de trabalho para os médicos que atuam no SUS.


Fonte:
Gazeta do Povo – Guerra entre os programas Mais Médicos e Médicos pelo Brasil

Atualidades

Bradesco Saúde dobra rede de atendimento especializada em TEA e reforça acolhimento a beneficiários

Publicado

em

Em um cenário de crescente atenção às necessidades de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a Bradesco Saúde celebra os avanços do seu Programa de Acolhimento, desenvolvido com foco na personalização e qualidade do cuidado prestado. Em um ano de implementação, a operadora de saúde duplicou sua rede de atendimento especializada, alcançando mais de 570 prestadores credenciados em todo o país.

Lançado em 2024, o programa oferece uma Central Exclusiva de Atendimento, que funciona como ponto de acolhimento e triagem inicial, orientando os pacientes e suas famílias sobre os caminhos adequados de cuidado e acompanhamento clínico. A jornada do beneficiário é monitorada pela operadora, garantindo suporte contínuo e especializado.

Resultados expressivos no primeiro ano

Entre março de 2024 e março de 2025, o programa especializado para TEA registrou aproximadamente 12 mil acionamentos, beneficiando mais de 5 mil pacientes. De acordo com levantamento da Bradesco Saúde, 70% das demandas foram para o sexo masculino e 30% para o feminino. Além disso, 42% dos pacientes atendidos estavam na faixa etária de 0 a 5 anos, público no qual o diagnóstico e as intervenções precoces são especialmente relevantes.

“O programa tem sido bem-sucedido na sua proposta de proporcionar o cuidado adequado aos pacientes diagnosticados com o TEA. Temos como pilares o acolhimento humanizado às famílias, protocolos integrados e parcerias com redes especializadas”, destaca Fernando Pedro, superintendente sênior de Gestão de Rede da Bradesco Saúde.

Compromisso com o cuidado humanizado

A expansão da rede e o modelo de acompanhamento reforçam o compromisso da Bradesco Saúde com uma abordagem centrada no paciente, especialmente em um tema tão sensível como o TEA. Ao investir em uma estrutura dedicada, a operadora contribui não apenas para a melhoria da qualidade de vida dos beneficiários, mas também para a conscientização da sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce, do apoio às famílias e da inclusão.

A iniciativa integra a estratégia da empresa de inovação no cuidado em saúde, alinhada aos princípios da medicina personalizada e baseada em valor. Ao promover ações integradas e especializadas, a Bradesco Saúde avança em sua missão de proporcionar mais acesso, qualidade e eficiência assistencial no setor de saúde suplementar.

Continue Lendo

Atualidades

Novas plataformas digitais ampliam suporte ao uso do e-SUS APS por gestores e profissionais de saúde

Publicado

em

Com o objetivo de fortalecer a atenção primária e qualificar a gestão da informação no Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde lançou novos sites dedicados à Estratégia e-SUS APS, ao Painel e-SUS APS e ao Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab). As plataformas reúnem funcionalidades essenciais para o uso adequado das ferramentas digitais, além de conteúdos voltados à capacitação técnica e apoio à implementação nos municípios.

A iniciativa integra o esforço do governo federal para reduzir o tempo de espera no SUS e aprimorar o cuidado prestado aos usuários, conforme destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Segundo ele, a modernização dos sistemas de informação em saúde é um dos pilares para acelerar o acesso aos serviços, monitorar indicadores e facilitar a tomada de decisões baseadas em evidências.

Ferramentas disponíveis nos novos hotsites

Os hotsites disponibilizam recursos estratégicos para apoiar os profissionais no uso dos sistemas, tais como:

  • Downloads para instalação do Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC);
  • Orientações para instalação e uso do Painel e-SUS APS;
  • Manuais técnicos e materiais de apoio à implantação;
  • Linha do tempo com principais entregas e versões;
  • Biblioteca de vídeos explicativos e de apoio;
  • Ambiente de treinamento com dados simulados (XML);
  • Integração direta com a plataforma de educação permanente Educa e-SUS APS;
  • Canal de suporte técnico e seção de novidades;
  • Blog com atualizações e notícias da área.

O que é a Estratégia e-SUS APS

Liderada pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps), a Estratégia e-SUS APS visa reestruturar a gestão da informação na atenção primária por meio da informatização qualificada dos serviços. A proposta é criar um novo modelo de gestão de dados em saúde, promovendo mais eficiência e rastreabilidade nos atendimentos.

A principal inovação recente é o Painel e-SUS APS, plataforma que permite o monitoramento em tempo real de indicadores populacionais e clínicos. A solução oferece suporte direto à tomada de decisão em saúde, possibilitando que equipes realizem intervenções mais rápidas e eficazes no cuidado dos pacientes.

Educação permanente para os profissionais

Para apoiar a implementação e a melhoria contínua dos sistemas, o Ministério da Saúde também disponibilizou o Educa e-SUS APS, uma plataforma gratuita de educação permanente. O ambiente oferece cursos, treinamentos e materiais atualizados para profissionais de saúde, gestores e equipes de tecnologia, com foco no uso eficiente das ferramentas e na aplicação prática dos dados para a gestão da atenção primária.

Acesso às plataformas

Com essas novas iniciativas, o Ministério da Saúde reforça o compromisso com um SUS mais digital, eficiente e integrado, contribuindo para uma gestão pública mais transparente e centrada na saúde das pessoas.

Continue Lendo

Atualidades

Vacina contra herpes zóster pode reduzir risco de demência em até 20%, revela estudo publicado na Nature

Publicado

em

Um estudo internacional liderado pela Stanford Medicine, nos Estados Unidos, trouxe evidências promissoras sobre o impacto positivo da vacinação contra herpes zóster na saúde cerebral de idosos. Segundo a pesquisa, publicada na prestigiada revista Nature, o imunizante foi associado a uma redução de 20% no risco de desenvolvimento de demência, incluindo Alzheimer.

A pesquisa teve como base os registros de saúde de idosos no País de Gales, onde uma política de vacinação restritiva — permitindo a aplicação da vacina apenas para pessoas com 79 anos completos em 1º de setembro de 2013 — criou um “experimento natural”. Os pesquisadores, então, compararam grupos vacinados e não vacinados com perfis semelhantes ao longo de sete anos.

“A situação permitiu um estudo observacional robusto com dados reais e controle adequado de variáveis como idade e estado de saúde”, destacou o professor Pascal Geldsetzer, autor sênior do estudo.

O elo entre vírus latentes e doenças neurodegenerativas

O herpes zóster, conhecido popularmente como cobreiro, é causado pela reativação do vírus varicela-zóster, o mesmo que provoca a catapora. Após a infecção inicial, o vírus permanece dormente no sistema nervoso e pode ser reativado décadas depois, especialmente em idosos com imunidade reduzida. Além de causar dores intensas e erupções cutâneas, ele também pode desencadear inflamações crônicas nos nervos.

Essas inflamações — em especial quando envolvem o sistema nervoso central — vêm sendo estudadas como possíveis fatores de risco para doenças como a demência e o Alzheimer.

Como a vacina pode proteger o cérebro

A principal hipótese para os efeitos neuroprotetores da vacina contra o herpes zóster é a redução da neuroinflamação. Ao evitar a reativação do vírus, o organismo sofre menos episódios inflamatórios, preservando melhor as funções cerebrais ao longo do tempo. Além disso, os pesquisadores sugerem que a vacina possa gerar uma resposta imunológica mais ampla, fortalecendo o sistema imune contra infecções silenciosas que impactam a cognição.

Mulheres e pessoas com doenças autoimunes ou alergias, que normalmente apresentam respostas imunológicas mais fortes, mostraram benefícios ainda mais expressivos na pesquisa.

“A inflamação é prejudicial para diversas doenças crônicas, incluindo a demência. Impedir reativações virais pode ser uma forma eficaz de proteger o cérebro no longo prazo”, reforça Geldsetzer.

Um novo caminho para prevenção da demência

Com mais de 55 milhões de pessoas afetadas pela demência no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e com o aumento da expectativa de vida global, a descoberta acende uma luz sobre novas estratégias de prevenção.

A demência, especialmente a do tipo Alzheimer, ainda não tem cura, e os tratamentos disponíveis são limitados. Assim, iniciativas de prevenção ganham relevância, e a vacinação pode ser uma aliada inesperada e poderosa — não apenas contra o herpes zóster, mas também na proteção da saúde neurológica.

A pesquisa também reforça a necessidade de ampliar o acesso à vacina, especialmente em países em desenvolvimento, onde o envelhecimento populacional se acelera e os recursos para tratar doenças neurodegenerativas são limitados.

Continue Lendo

Mais Vistos