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Os desafios da evolução dos custos no sistema de saúde suplementar (e a luz no fim do túnel)

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Envelhecimento da população, queda no orçamento destinado à saúde e reajustes reacendem as discussões em torno de um modelo que seja sustentável.

O Brasil tem testemunhado um rápido envelhecimento da população, uma tendência causada pelo aumento da expectativa de vida e pela diminuição das taxas de natalidade.

Segundo o Censo de 2022, a população com 60 anos ou mais cresceu de 21,8 milhões para 30,5 milhões entre 2012 e 2022, elevando sua representatividade de 11,3% para 15% do total da população. A expectativa é de que 32% da população esteja nessa faixa etária até 2060.

Saúde suplementar

Conforme essa população cresce, aumenta também a sua participação na saúde suplementar. De 2012 a 2022, o número de beneficiários 60+ passou de 11% para 14%.Vale lembrar que, mesmo não sendo a faixa mais representativa, a população idosa é a que mais demanda cuidados de saúde e, consequentemente, a que mais gera despesas assistenciais.
Dados do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) apontam que as despesas desses beneficiários representaram 38% dos gastos em 2022 – valor que, acompanhando apenas o efeito demográfico, deve atingir 45,2% em 2031.

Como manter o sistema em pé


Mas, afinal, como encontrar um equilíbrio? Ao longo dos últimos anos, têm-se discutido bastante a forma para se manter o sistema sustentável, com reajustes em patamares aceitáveis, clientes satisfeitos e operadoras e prestadores com rentabilidade adequada.

Apesar dos debates, não conseguimos observar resultados práticos. Os preços dos planos de saúde seguiram crescendo, e tal crescimento foi insuficiente para compensar a inflação médica, pressionando clientes, operadoras de saúde e prestadores.

Esse cenário é resultado, em parte, da utilização inadequada dos recursos de saúde. Isso ocorre basicamente em casos em que o paciente utiliza um recurso mais caro ou desnecessário para resolver ou diagnosticar um problema.

Como resolver esse impasse?

Algumas estratégias têm sido utilizadas para endereçar esses fatores. São elas:

– Verticalização das estruturas de cuidado
Nesse modelo, as operadoras como Hapvida e Prevent Senior controlam e coordenam desde a oferta de planos de saúde até a operação dos hospitais, clínicas e serviços médicos.

Em tese, esse modelo alinha interesse dos agentes na direção de controle de custos ao mesmo tempo que possibilita um maior controle da jornada do beneficiário, mas também recebe críticas relacionadas à interferência na atividade médica.

Entre 2011 e 2023, o número de beneficiários associados a operadoras verticalizadas subiu de 3,7 milhões para 8,8 milhões

– Modelos de pagamento que alinham os interesses de pagadores e provedores (não fee-for-service)

Trata-se de modelos de remuneração que tentam desincentivar o uso de recursos assistenciais, nesses modelos o foco principal é otimizar a quantidade de serviços prestados, como consultas, insumos, cirurgias ou procedimentos médicos.

Neste caso, quando olhamos para os resultados das 20 maiores operadoras do Brasil em 2022, não há correlação entre participação do modelo fee-for-service (quando os provedores são pagos com base na quantidade de serviços que prestam) e os gastos assistenciais ou a taxa de sinistralidade.

Esse contrassenso pode se dar, primeiro, pela falta de tempo para que os resultados fossem colhidos pelas operadoras que investiram na transição de seus modelos de pagamento. Em segundo, por conta da formatação inadequada dos contratos de pagamentos.

– Coordenação do beneficiário ao longo da jornada de cuidado

Esse é um processo no qual diferentes profissionais de saúde colaboram para garantir que um paciente receba cuidados integrados ao longo de sua jornada de tratamento.

Essa abordagem busca garantir uma transição suave entre diferentes níveis e tipos de cuidados, evitando fragmentação e garantindo que as necessidades do paciente sejam atendidas de maneira abrangente.

Em tese, é uma solução que pode levar a melhores resultados de saúde, experiências superiores para os pacientes e custos mais baixos. Mas a investigação sobre o impacto dos programas de coordenação de cuidados produziu até agora resultados mistos – e longe de provarem o efeito no controle dos custos médicos globais.

Mas, afinal, existe uma luz no fim do túnel?

Essa pergunta é bastante interessante. Muito se discute sobre o uso de tecnologia, mudanças no modelo de remuneração, dentre alternativas para mitigar o problema.

Do nosso ponto de vista, essas iniciativas são fundamentais, mas precisamos coordenar o uso do sistema de saúde de forma mais efetiva. Algumas premissas precisam ser consideradas nessa jornada de racionalização e sustentabilidade do sistema no longo prazo:

  1. Sistema de Saúde como base para o desenvolvimento dos produtos das operadoras
    Hoje, o processo de desenvolvimento de um produto se baseia geralmente no custo dos prestadores e na suficiência de rede. Sob o nosso ponto de vista, precisamos desenhar o modelo na ótica das linhas de cuidado e, aí sim, espelharmos isso na configuração dos produtos.
  2. Coordenação do cuidado
    Esse modelo é fundamental em um sistema onde os pacientes/beneficiários têm pouco conhecimento de qual provedor é o ideal para resolver um determinado problema.É, ainda, a melhor forma de evitar desperdício e mau uso do sistema – e conseguir direcionar o beneficiário para o provedor adequado (pronto atendimento, ambulatório, telemedicina etc.).
  3. Pagamento por performance
    É fundamental que o sistema avance no desenvolvimento, melhoria e implantação dos mecanismos de remuneração atrelados à performance assistencial e não somente ao volume de procedimentos. Só assim teremos um sistema de saúde não só sustentável como também focado na entrega do cuidado adequado para o paciente.

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Startup disponibiliza ferramenta gratuita que ajuda a detectar risco de autismo 

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Teste oferecido pela Adapte, startup de educação inclusiva, pode ser feito online, por meio do link https://www.adapte.com.vc/o-que-e-o-autismo 

O diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é capaz de colaborar permitindo intervenções e cuidados específicos mais cedo, o que pode beneficiar a vida da criança e de sua família. 

Para auxiliar na detecção de sinais e características de autismo desde cedo, a Adapte, startup de impacto social que promove a inclusão de autistas na educação formal e no mercado de trabalho, está disponibilizando gratuitamente uma ferramenta de triagem para avaliar o risco de TEA no público infantil. O questionário pode ser acessado online no site da Adapte (link) e as perguntas devem ser respondidas pelos pais ou cuidadores.

Trata-se de um instrumento já validado cientificamente em âmbito global, chamado de M-CHAT-R/F™ (questionário modificado para autismo em crianças pequenas, revisado, com entrevista de acompanhamento). Ele é usado com finalidades clínicas por especialistas de diversas áreas que atuam no diagnóstico de TEA.

“Após responder o questionário haverá uma pontuação que sinalizará o risco de autismo e aquelas crianças que pontuam positivo ainda podem apresentar propensão para outros distúrbios do desenvolvimento. Portanto, esses resultados irão orientar se a criança precisa de uma avaliação médica”, explica o CEO da Adapte, Emanuel Santana.

Além disso, os participantes também poderão usar o relatório gerado ao final do questionário para discutir quaisquer preocupações que possam ter com o profissional de saúde da sua criança.

O autismo é uma condição do neurodesenvolvimento, ou seja, do desenvolvimento do cérebro, que se manifesta desde a infância e permanece por toda a vida, afetando a maneira como os estímulos sensoriais e a comunicação são vivenciados por uma criança, adolescente, adulto ou idoso autista, bem como a forma que essa pessoa percebe e interage com o mundo e com as pessoas ao seu redor. 

De acordo com Center of Diseases Control and Prevention (CDC), dos Estados Unidos, 1 em cada 36 crianças até 8 anos possui o diagnóstico. 

Mais sobre a Adapte

A Adapte é uma startup de impacto social que tem como missão incluir pessoas autistas e neurodivergentes na educação formal e no mercado de trabalho.  Criada em 2019, a instituição oferece treinamentos e capacitação para autistas, bem como cursos de inclusão para empresas de diversos segmentos, além de treinamentos para escolas, profissionais da saúde, educação e familiares de pessoas autistas. Desta forma, tem o propósito de colaborar para a integração de autistas em suas escolas, famílias e na comunidade em geral. Em 2023, a Adapte foi vencedora do 1 Bi Labs, programa de aceleração de negócios da Fundação 1 Bi, em parceria com o Movtech e patrocínio do iFood, que impulsiona iniciativas que incentivam oportunidades educacionais e inclusivas para jovens em situação de vulnerabilidade social.

Informações à imprensa

Cidiana Pellegrin | cidiana.pellegrin@midiaria.com
(67) 98118-9590 | (11) 94029-1116

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Dengue e Alimentos com Salicilatos: O Que Você Deve Saber para se Proteger

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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, com maior incidência no verão. Nos casos mais leves, os sintomas são febre alta, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, letargia e erupções cutâneas. Já nos quadros mais graves, os sinais incluem dor abdominal intensa, vômitos persistentes, perda de sensibilidade e movimentos e sangramento de mucosas.

O ácido acetilsalicílico (presente na aspirina e AAS) e seus derivados, os salicilatos encontrados em alguns alimentos, não devem ser consumidos, pois aumentam a permeabilidade vascular, o que pode ser agravado pela dengue, aumentando o risco de hemorragia.

 A diferença entre os salicilatos encontrados nos alimentos e nos medicamentos está na quantidade dessa substância, que é muito menor nos alimentos do que nos medicamentos. De qualquer forma, o ideal é evitar a ingestão desses alimentos tanto em quadros leves quanto graves de dengue, a fim de diminuir o risco de sangramento e agravamento da doença.

 Esses alimentos incluem:

  1. Damasco, cereja, melão, pêssego, maçã, ameixa fresca, uva, amêndoa, nozes, amora, batata, limão, morango, pepino, curry, páprica, pimenta (principalmente caiena), tangerina, tomate, alho, cebola e gengibre. 

O que é importante consumir?

A alimentação deve ser fracionada, leve, nutritiva e de fácil digestão para ajudar no restabelecimento da saúde e no fortalecimento do sistema imunológico. Aqui estão algumas sugestões

  • Frutas: Opte por frutas ricas em vitamina C, como laranja, acerola, kiwi, mamão, brócolis e pimentões. A vitamina C fortalece o sistema imunológico ao promover a produção de células brancas do sangue, essenciais na defesa contra patógenos, como o vírus da dengue. Além disso, suas propriedades antioxidantes reduzem o risco de estresse oxidativo.
  • Alimentos ricos em vitamina D: Presente em alimentos como gema de ovo, salmão, atum, tilápia, cogumelos, sardinha, bife de fígado, ostras, leite e através da exposição ao sol, a vitamina D acelera a recuperação do organismo após infecções agudas.
  • Alimentos anti-inflamatórios: Salmão, atum, sardinha e linhaça são ricos em ômega-3, enquanto frango, feijão, arroz, lentilha, grão-de-bico, gema de ovo, espinafre, amêndoas, castanha-de-caju e amendoim são fontes de zinco. Tanto o ômega-3 quanto o zinco são excelentes agentes anti-inflamatórios, auxiliando no combate às inflamações causadas por infecções virais.
  • Alimentos coagulantes (vitamina K): Os alimentos mais ricos em vitamina K incluem óleos vegetais e folhas verdes escuras, como brócolis, couve de Bruxelas, repolho roxo, repolho verde, espinafre e agrião. Esses alimentos são importantes em casos mais graves de dengue, uma vez que estimulam a coagulação sanguínea.
  • Proteínas magras:  Opções como peito de frango sem pele, carnes bovinas magras e peixes são fontes de ferro e vitamina B12. Como a dengue reduz a quantidade de plaquetas no sangue, é fundamental consumir alimentos que forneçam boas quantidades desses nutrientes para evitar anemia e ajudar a restabelecer o sistema imunológico.
  • Grãos integrais: Prefira alimentos integrais, como arroz integral, quinoa, chia, feijões de todos os tipos (preto, carioca, fradinho), grão-de-bico, lentilha, ervilha, aveia, pão e massas integrais, que fornecem energia de forma gradual e contêm fibras prebióticas que ajudam na saúde intestinal.
  • Alimentos probióticos: Consuma alimentos ricos em probióticos, como iogurte natural, kefir e chucrute, que ajudam a equilibrar a flora intestinal e fortalecer o sistema imunológico.
  • Hidratação: Recomenda-se em média de 60ml de líquido por quilo de peso corporal nos primeiros 5 dias. A ingestão deve ser fracionada em pequenos volumes ao longo do dia. Podem ser utilizados frutas com alto teor de água como melancia, melão e abacaxi, água de coco (rica em eletrólitos e minerais) e reposição com soluções isotônicas, como Gatorade e Pedialyte. Estas são excelentes opções para manter a hidratação durante a recuperação da doença, evitando a desidratação causada pela febre alta e vômitos.
  • Escrita por:
  • Adriana Stavro – Nutricionista Mestre pelo Centro Universitário São Camilo 
  • Instagram – @adrianastavronutri

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Desinformação sobre saúde nas redes sociais é tema de encontro

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O impacto da desinformação na saúde pública brasileira, especialmente na taxa de cobertura vacinal, além da falta de um novo marco legal para regulamentar as plataformas de redes sociais, são desafios para órgãos de controle, como o Ministério Público, gestores e legisladores. Essa pauta estará no foco do “Encontro sobre Desinformação da Saúde nas Redes Sociais”, que a Comissão de Saúde (CS) do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), a Secretaria de Comunicação da Presidência da República e a Frente Parlamentar da Saúde promoverão no dia 21 de maio.

O encontro será realizado das 9h às 17h, na sede da Presidência da República, em Brasília, e terá a participação de membros do Ministério Público indicados pelos procuradores-gerais de Justiça das respectivas unidades; demais participantes de órgãos de fiscalização; e representantes dos órgãos que compõem o Comitê de Enfrentamento à Desinformação do governo federal e da Frente Parlamentar de apoio às vacinas.

A atuação da Comissão da Saúde do CNMP tem revelado que poucas ações de política sanitária são tão impactantes quanto a vacinação, pois ela oferece resultados significativos em termos de saúde a um custo relativamente baixo. Por outro lado, os integrantes da comissão também têm observado que a disseminação de desinformação sobre saúde gera consequências graves, a exemplo da diminuição da confiança nas vacinas e nas instituições de saúde. Esse cenário tem sido associado ao ressurgimento de doenças anteriormente erradicadas, como o sarampo e a poliomielite, aumentando a carga sobre o sistema público de saúde.

“A disseminação de informações não embasadas em pesquisas científicas, especialmente em questões de saúde pública, como a cobertura vacinal, traz riscos consideráveis à sociedade e afronta os princípios constitucionais que asseguram o direito à saúde”, explica o conselheiro e presidente da CS, Jayme de Oliveira, em convite enviado aos procuradores-gerais de Justiça.

O encontro é estratégico para o MP e para os demais órgãos de fiscalização, legisladores e gestores, porque concentra-se no diálogo interinstitucional para o enfrentamento da desinformação em saúde, que é um problema de interesse público. Seu objetivo é promover a contextualização dos impactos dessa desinformação nas questões de saúde e colaborar para a proposição de formas para enfrentamento à questão e para a atuação do MP no exercício da função de controle da política de saúde do Estado.

Serão discutidas as redes de desinformação por trás de campanhas antivacinais; a atuação do MP, do Ministério da Justiça, da Controladoria e da Advocacia Geral da União na defesa da saúde pública; e a Frente Parlamentar nos temas da saúde por meio de um panorama dos projetos de lei em trâmite no Legislativo.


Serviço
Encontro sobre Desinformação da Saúde nas Redes Sociais
Quando: 21 de maio, das 9h às 17h
Onde: Presidência da República
Público-alvo: membros do Ministério Público indicados pelos procuradores-gerais de Justiça das respectivas unidades; demais participantes de órgãos de fiscalização; representantes dos órgãos que compõem o Comitê de Enfrentamento à Desinformação do governo federal e da Frente Parlamentar de apoio às vacinas

Créditos: https://medicinasa.com.br/desinformacao-cnmp/

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