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Novo estudo analisa o uso de células-tronco para tratar lesões na coluna

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As lesões na coluna são danos que afetam a estrutura vertebral e podem causar dor crônica, limitações de movimento e até mesmo paralisia. Elas são causadas por acidentes, má postura ou doenças degenerativas e prejudicam bastante a qualidade de vida do paciente.

O tratamento tradicional desse tipo de lesão é muito complexo, baseado no uso de analgésicos, anti-inflamatórios e dispositivos ortopédicos para melhorar a mobilidade e postura da área afetada, e muitas vezes, não é eficaz na melhora do problema.

Mas uma forma relativamente recente de tratar lesões na coluna tem se desenvolvido cada vez mais: as células-tronco.

Elas conseguem se diferenciar em vários tipos celulares, regenerando tecidos e reduzindo a inflamação, como demonstra o novo estudo “Desenvolvimento urbano sustentável em saúde: integrando pesquisas em células-tronco para lesões na coluna“, publicado na Revista Políticas Públicas e Cidades pelo Neurocientista e médico ortopedista, Luiz Felipe Carvalho, pioneiro no Brasil em cirurgia com uso de células-tronco, tendo recuperado diversos atletas famosos e pelo Pós PhD em neurociências, Fabiano de Abreu Agrela.

“O tratamento com células-tronco tem como objetivo recuperar as células nervosas danificadas na medula espinhal após a lesão usando métodos como transplante intravenoso ou punção lombar. As células-tronco podem ser administradas na coluna de várias maneiras, ajudando a complementar a estimulação epidural, por exemplo. Elas têm potencial para regenerar tecidos danificados de forma única”, explica Luiz Felipe Carvalho.

Células tronco x tratamento tradicional

De acordo com Luiz Felipe, que já utiliza a técnica há anos para recuperar a mobilidade de pessoas com lesões na coluna, as células-tronco trazem melhores resultados por agir na regeneração dos danos na coluna do paciente.

“Enquanto o tratamento convencional usa analgésicos e fisioterapia para aliviar a dor e melhorar a mobilidade, o tratamento com células-tronco age diretamente nos problemas do paciente”.

“Isso ajuda a reduzir a lesão de forma mais eficaz por estimular a regeneração, melhorar a formação de cicatrizes e gerar uma recuperação mais rápida, sendo menos invasivo que procedimentos cirúrgicos e mais eficaz que os medicamentosos, pois tem um poder ímpar de modulação das dores de forma permanente”, afirma Luiz Felipe Carvalho.

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Planos de saúdes corporativos devem aumentar cerca de 14%

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A taxa de aumento é uma das expectativas quanto às tendências dos custos de saúde, reunidas em relatório anual, nos âmbitos local, regional e global  

A Aon plc, empresa global em serviços profissionais, aponta em novo Global Medical Trend Rates Report 2024 que a previsão para taxa média de aumento de planos de saúde corporativos em 2024, no Brasi, será de 14,1%, mantendo o patamar de 14,4% realizado em 2023.
 

O indicador encontra-se acima da taxa média da América Latina, que atingirá 11,6% em 2023 e 11,7% em 2024, com uma inflação geral de 4,3% este ano e 4,1% em 2024.
 

O estudo reúne informações dos escritórios da Aon que intermediam e administram planos médicos corporativos nos 113 países incluídos na pesquisa. Com base nas interações entre profissionais da Aon e clientes, os insights do relatório refletem as expectativas quanto às tendências dos custos de saúde nos âmbitos local, regional e global.
 

As taxas representam uma previsão dos aumentos percentuais que serão necessários para compensar a inflação de preços projetada, considerando a evolução do comportamento de utilização dos planos médicos e custos dos eventos tais como (exames, terapias e internações), além do impacto da incorporação à cobertura obrigatória (rol de procedimentos) de novas tecnologias e medicamentos.


 

“Os números do Brasil são elevados se comparados com as médias da América Latina e global. Com a frequência de utilização dos serviços médicos retornando ao patamar anterior à pandemia, os indicadores que impactam na variação dos custos médicos também estão se aproximando daqueles registrados antes do período pandêmico. As perspectivas para 2024 continuam apontando para uma trajetória de alta, tendência impulsionada principalmente por serviços como exames, terapias e internações (nesta ordem)”, explica Leonardo Coelho, head de Health & Talent Solutions da Aon no Brasil.
 

O especialista ressalta ainda a crescente relevância de iniciativas de bem-estar para as empresas: “A complexidade do cenário de saúde reforça a necessidade de análises detalhadas desses dados para facilitar o acesso à assistência médica e promover a saúde e o bem-estar, convergindo em uma estratégia mais sustentável para os benefícios de saúde. Cada vez mais países reportam o bem-estar como sua iniciativa de mitigação de custos mais importante, já que um quarto dos 113 países consultados citaram sua importância e países como o Brasil, a Colômbia, a Índia, Singapura e Hong Kong estão encabeçando a lista”.
 

Para 2024, a Aon prevê que a média global de aumento será de 10,1%, acima dos 9,2% registrados no ano anterior e a mais alta desde 2015. As condições médicas que mais impulsionaram os custos com planos médicos no Brasil foram:

  • Cardiovasculares: incluem transtornos do coração e vasos sanguíneos, abrangendo diferentes condições. Estas doenças impactaram a sinistralidade nas regiões da América Latina e Caribe Asia-Pacífico e Europa;
  • Câncer: os mais comuns são o de mama, pulmão, colo, reto e próstata e que representam números crescentes em todo o mundo.

“Passamos por um cenário inflacionário significativo e de grande volatilidade econômica. Os impactos nas economias em todo o mundo após a pandemia da COVID-19 continuarão provocando um ambiente instável para o mercado de planos de saúde e, embora já existam sinais de melhoria, essas condições ainda devem persistir. Especialmente em razão da incerteza de quanto tempo ainda vão durar as pressões inflacionárias, fica claro que todas as regiões pesquisadas terão um aumento acentuado em planos de saúde corporativos em 2024”, destaca Max Saraví, head de Health & Talent Solutions da Aon para a América Latina.

O relatório prevê que 60% das empresas mundialmente avaliam flexibilizar seus benefícios como estratégia de mitigação que lhes permitirá maior controle de seus gastos e custos, se tornando uma ferramenta eficiente de recursos humanos para oferecer pacotes de benefícios diferenciados.
 

“A flexibilização dos benefícios podem ser uma ferramenta de atração e retenção de talentos ao oferecer aos colaboradores um pacote mais adaptável e que atende às suas necessidades individuais e, ao mesmo tempo, aborde aspectos e expectativas de diversidade, equidade e inclusão”, conclui Saraví.

Em um período de indicadores econômicos voláteis, consequência da instabilidade provocada pela pandemia e desafios geopolíticos, o Global Medical Trend Rates Report 2024 traz dados valiosos para que as organizações e tomadores de decisão viabilizem os orçamentos adequados para estratégias focadas na promoção de uma força de trabalho resiliente para os próximos anos. 

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Os desafios da evolução dos custos no sistema de saúde suplementar (e a luz no fim do túnel)

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Envelhecimento da população, queda no orçamento destinado à saúde e reajustes reacendem as discussões em torno de um modelo que seja sustentável.

O Brasil tem testemunhado um rápido envelhecimento da população, uma tendência causada pelo aumento da expectativa de vida e pela diminuição das taxas de natalidade.

Segundo o Censo de 2022, a população com 60 anos ou mais cresceu de 21,8 milhões para 30,5 milhões entre 2012 e 2022, elevando sua representatividade de 11,3% para 15% do total da população. A expectativa é de que 32% da população esteja nessa faixa etária até 2060.

Saúde suplementar

Conforme essa população cresce, aumenta também a sua participação na saúde suplementar. De 2012 a 2022, o número de beneficiários 60+ passou de 11% para 14%.Vale lembrar que, mesmo não sendo a faixa mais representativa, a população idosa é a que mais demanda cuidados de saúde e, consequentemente, a que mais gera despesas assistenciais.
Dados do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) apontam que as despesas desses beneficiários representaram 38% dos gastos em 2022 – valor que, acompanhando apenas o efeito demográfico, deve atingir 45,2% em 2031.

Como manter o sistema em pé


Mas, afinal, como encontrar um equilíbrio? Ao longo dos últimos anos, têm-se discutido bastante a forma para se manter o sistema sustentável, com reajustes em patamares aceitáveis, clientes satisfeitos e operadoras e prestadores com rentabilidade adequada.

Apesar dos debates, não conseguimos observar resultados práticos. Os preços dos planos de saúde seguiram crescendo, e tal crescimento foi insuficiente para compensar a inflação médica, pressionando clientes, operadoras de saúde e prestadores.

Esse cenário é resultado, em parte, da utilização inadequada dos recursos de saúde. Isso ocorre basicamente em casos em que o paciente utiliza um recurso mais caro ou desnecessário para resolver ou diagnosticar um problema.

Como resolver esse impasse?

Algumas estratégias têm sido utilizadas para endereçar esses fatores. São elas:

– Verticalização das estruturas de cuidado
Nesse modelo, as operadoras como Hapvida e Prevent Senior controlam e coordenam desde a oferta de planos de saúde até a operação dos hospitais, clínicas e serviços médicos.

Em tese, esse modelo alinha interesse dos agentes na direção de controle de custos ao mesmo tempo que possibilita um maior controle da jornada do beneficiário, mas também recebe críticas relacionadas à interferência na atividade médica.

Entre 2011 e 2023, o número de beneficiários associados a operadoras verticalizadas subiu de 3,7 milhões para 8,8 milhões

– Modelos de pagamento que alinham os interesses de pagadores e provedores (não fee-for-service)

Trata-se de modelos de remuneração que tentam desincentivar o uso de recursos assistenciais, nesses modelos o foco principal é otimizar a quantidade de serviços prestados, como consultas, insumos, cirurgias ou procedimentos médicos.

Neste caso, quando olhamos para os resultados das 20 maiores operadoras do Brasil em 2022, não há correlação entre participação do modelo fee-for-service (quando os provedores são pagos com base na quantidade de serviços que prestam) e os gastos assistenciais ou a taxa de sinistralidade.

Esse contrassenso pode se dar, primeiro, pela falta de tempo para que os resultados fossem colhidos pelas operadoras que investiram na transição de seus modelos de pagamento. Em segundo, por conta da formatação inadequada dos contratos de pagamentos.

– Coordenação do beneficiário ao longo da jornada de cuidado

Esse é um processo no qual diferentes profissionais de saúde colaboram para garantir que um paciente receba cuidados integrados ao longo de sua jornada de tratamento.

Essa abordagem busca garantir uma transição suave entre diferentes níveis e tipos de cuidados, evitando fragmentação e garantindo que as necessidades do paciente sejam atendidas de maneira abrangente.

Em tese, é uma solução que pode levar a melhores resultados de saúde, experiências superiores para os pacientes e custos mais baixos. Mas a investigação sobre o impacto dos programas de coordenação de cuidados produziu até agora resultados mistos – e longe de provarem o efeito no controle dos custos médicos globais.

Mas, afinal, existe uma luz no fim do túnel?

Essa pergunta é bastante interessante. Muito se discute sobre o uso de tecnologia, mudanças no modelo de remuneração, dentre alternativas para mitigar o problema.

Do nosso ponto de vista, essas iniciativas são fundamentais, mas precisamos coordenar o uso do sistema de saúde de forma mais efetiva. Algumas premissas precisam ser consideradas nessa jornada de racionalização e sustentabilidade do sistema no longo prazo:

  1. Sistema de Saúde como base para o desenvolvimento dos produtos das operadoras
    Hoje, o processo de desenvolvimento de um produto se baseia geralmente no custo dos prestadores e na suficiência de rede. Sob o nosso ponto de vista, precisamos desenhar o modelo na ótica das linhas de cuidado e, aí sim, espelharmos isso na configuração dos produtos.
  2. Coordenação do cuidado
    Esse modelo é fundamental em um sistema onde os pacientes/beneficiários têm pouco conhecimento de qual provedor é o ideal para resolver um determinado problema.É, ainda, a melhor forma de evitar desperdício e mau uso do sistema – e conseguir direcionar o beneficiário para o provedor adequado (pronto atendimento, ambulatório, telemedicina etc.).
  3. Pagamento por performance
    É fundamental que o sistema avance no desenvolvimento, melhoria e implantação dos mecanismos de remuneração atrelados à performance assistencial e não somente ao volume de procedimentos. Só assim teremos um sistema de saúde não só sustentável como também focado na entrega do cuidado adequado para o paciente.

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Saúde baseada em valor: o custo e a qualidade do tratamento

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A saúde baseada em valor (SBV) é um conceito que tem progressivamente ganhado destaque no setor. Em resumo, a ideia é que o valor de um tratamento médico deve ser medido não apenas pelo seu custo, mas também pela qualidade do tratamento e pelos resultados obtidos. Ou seja, a saúde baseada em valor busca equilibrar a qualidade do tratamento com a redução de custos.

A qualidade do tratamento é aspecto fundamental da SBV. Isso significa que os tratamentos devem ser eficazes, seguros e baseados em evidências científicas, levando em conta a experiência do paciente e resultados obtidos. O controle de custos é outro aspecto chave, logo uma estratégia de cuidado deve ser projetada para minimizar custos desnecessários e evitar eventos adversos preveníveis.

Para superar esses desafios, a saúde baseada em valor requer uma abordagem colaborativa e multidisciplinar. Os profissionais de saúde devem trabalhar em conjunto com os fabricantes e com os pacientes para encontrar soluções que equilibrem qualidade do tratamento com redução de custos.

Do ponto de vista do paciente, o conceito de saúde baseada em valor leva em consideração que o cuidado deve ser aplicado quando necessário, com bom custo-benefício e buscar prevenir a necessidade do cuidado.

Além dos benefícios para os pacientes, a SBV traz resultados positivos para operadoras de saúde como a redução de custos assistenciais; o aumento da efetividade e resolutividade das intervenções, reduzindo internações; um maior engajamento por parte dos médicos e provedores em geral; melhor adesão do paciente à sua jornada de tratamento e, por fim, cria um ecossistema positivo que leva a economias em escalas significativas.

O manejo de lesões por pressão – lesões que acometem uma região da pele em decorrência de pressão não aliviada superior a tolerada pelos capilares sanguíneos, e comum em pacientes imobilizados ou de baixa mobilidade, é um excelente exemplo. Estas lesões podem ser consideradas eventos adversos preveníveis, impactando o custo total do cuidado, a satisfação do paciente, sua qualidade de vida e, muitas vezes, sua capacidade produtiva.

Nossa experiência corporativa relacionada à prevenção de lesões tem refletido benefícios econômicos no custo total por paciente e melhores resultados clínicos, ainda que intervenção preventiva signifique um custo inicial adicional aos protocolos utilizados. A magnitude destes benefícios pode variar de acordo com os algoritmos utilizados por cada hospital. De modo geral, observamos resultados compatíveis ao estudo de custo-efetividade apresentado por Genedy et al, onde se observa uma redução média de 15% sobre o custo total de cuidado por paciente quando o protocolo adequado de prevenção é aplicado, em comparação à uma população submetida a um protocolo padrão de cuidado não focado em prevenção ou sem o uso de tecnologias de alta performance. Em resumo: o barato (não prevenir) sai caro, tanto para o paciente como para a operadora de saúde, agravando a crise do sistema de saúde brasileiro.

Resultados como estes demonstram que o uso de protocolos e dispositivos de prevenção podem resultar em um cuidado mais econômico, mas ao mesmo tempo com resultados clínicos e de satisfação do paciente extremamente positivos, exemplificando um dos potenciais modelos de aplicação de SBV na gestão ativa de custos de saúde.

Infelizmente, a realidade atual não tem a SBV como estratégia focal no ambiente de cuidados a saúde, ainda que exista sob a forma de projetos pontuais em diferentes instituições. Retornando ao exemplo de lesões por pressão, temos uma incidência média superior a 20% em UTIs no Brasil, podendo chegar a valores superiores a 50% em alguns hospitais. Estas lesões podem se originar desde o centro cirúrgico, onde procedimentos mais demorados podem dar origem a tais lesões. No período de janeiro a dezembro de 2021, foram reportados 7.043 eventos adversos preveníveis de alta gravidade (Never Events). Entre eles, a lesão por pressão nos estágios III e IV representa mais de 95% desse total.

Levando em consideração que o custo de tratamento destas lesões supera R$ 150.000,00 e submete hospitais e/ou operadoras de saúde ao risco jurídico de pedidos de indenização, se torna evidente os benefícios que a implementação de modelos de SBV podem trazer na gestão do custo no cuidado à saúde e na melhoria da qualidade de tratamentos ofertados.

Por Pedro Schildknecht


*Pedro Schildknecht é Gerente Geral da Mölnlycke para a América Latina.

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